O ano 2000 entrou para a história dos videogames como um período de grandes transformações. Enquanto o mundo celebrava a virada do milênio (e temia o bug do milênio), o mercado de games testemunhou a chegada definitiva da sexta geração de consoles com o lançamento do PlayStation 2 da Sony em março, no Japão. Com suporte a DVD, gráficos poligonais de cair o queixo e a tão sonhada retrocompatibilidade com os jogos do primeiro PlayStation, o novo videogame chegou para moldar o futuro da indústria.
E não deu outra: ele se tornou o terceiro console mais vendido do ano com 6,4 milhões de unidades. Isso mesmo, em poucos meses já ultrapassou o Nintendo 64 (que vendeu 2,85 milhões de unidades) e até o Dreamcast (com 2,27 milhões de consoles vendidos).
Enquanto isso, a SEGA suava a camisa para emplacar o Dreamcast. E não faltaram jogaços como Resident Evil: Code Veronica e Jet Set Radio, além de recursos inovadores como o suporte online com a SegaNet. Mas, mesmo com esses esforços, os boatos sobre um fim precoce do console já começavam a pipocar, e a sombra do PS2 parecia cada vez maior.
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
O PlayStation original, por sua vez, seguia firme e forte, vendendo impressionantes 7,79 milhões de unidades, ganhando uma versão “slim” com novo visual, hardware revisado e novo nome: PSOne. O catálogo de jogos também recebeu títulos de peso, incluindo Final Fantasy IX, Digimon World e Dino Crisis 2, provando que o console lançado em 1994 ainda tinha muito o que mostrar.
No front da Nintendo, o Nintendo 64 dava seus últimos suspiros com Zelda: Majora’s Mask e Perfect Dark, enquanto os rumores sobre o “Dolphin” esquentavam, até ser revelado em agosto e oficializado como GameCube. E quem diria, a Microsoft resolveu entrar na briga! Em março, durante a GDC 2000, Bill Gates anunciou o X-Box (grafado assim mesmo, com hífen), prometendo hardware parrudo, equivalente a um PC, e marcando a entrada da gigante do software no mercado de consoles domésticos.
A internet e os jogos online começavam a despontar como a nova fronteira, principalmente graças à SegaNet e a jogos como Phantasy Star Online e Quake 3 Arena. Embora recém-lançado, o PS2 também previa um futuro online, já que tinha um modem oficial vendido à parte; já o X-Box foi anunciado com capacidades online nativas — o futuro batia à porta!
O ano 2000 foi um momento único na história dos videogames, com diferentes gerações de hardware coexistindo e oferecendo experiências completamente distintas. Sabendo disso, agora vamos relembrar os 13 jogos icônicos que definiram esse ano inesquecível.
13. Digimon World
Quem aí não passava as manhãs grudado na TV Globinho para assistir Digimon? Pois é, Digimon World chegou para o PlayStation pegando carona nesse sucesso e encantou a molecada brasileira. Era um RPG de simulação bem peculiar, com uma proposta que lembrava os tamagotchis: criar, treinar e evoluir seu Digimon. A gente passava horas tentando entender como fazer nosso parceiro digital ficar mais forte e alcançar aquela digievolução maneira.

As revistas da época, como a Ação Games e a Super GamePower, fizeram uma cobertura ampla, com guias superdetalhados. E não era para menos: o jogo tinha um sistema de evolução complexo. Conseguir Digimons raros ou evitar que eles regredissem para formas mais fracas (quem nunca viu seu Greymon virar um Numemon?) era um desafio e tanto. Era alegria misturada com tristeza na mesma proporção.
Apesar de muitos considerarem o jogo muito simples em termos gráficos, Digimon World tinha ambientes variados e chefes que ficaram na memória. Era, como muitos diziam, “um jogo feito para fãs”, com uma curva de aprendizado acentuada, mas que recompensava quem se dedicava. Um clássico da nostalgia para quem viveu a febre Digimon.
12. Diablo II
Se o primeiro Diablo já tinha sido um marco, Diablo II chegou com tudo para se estabelecer como uma lenda. A Blizzard aprimorou absolutamente todos os aspectos do original. O mundo de Santuário estava muito maior e mais expansivo, convidando à exploração e à caça incessante por loot. As classes de personagens ganharam árvores de habilidades mais profundas e envolventes, permitindo uma customização que prendia o jogador por centenas de horas.

E o que dizer das sequências cinemáticas? Eram de tirar o fôlego para a época, contando uma história sombria e épica que complementava perfeitamente a atmosfera do jogo. A cada ato, uma nova CG recompensava o jogador e o instigava a continuar. A busca por Baal, Mephisto e, claro, o próprio Diablo era uma jornada viciante.
Diablo II foi tão bem executado que inaugurou uma nova era de RPGs de ação, influenciando todo o gênero por quase 20 anos, até a chegada de remasters e sequências. Um verdadeiro devorador de tempo e cliques de mouse.
11. Jet Set Radio
Direto do Dreamcast, Jet Set Radio foi um soco de estilo e originalidade. O jogo da Smilebit conquistou uma legião de fãs e críticos com visuais impressionantes e uma trilha sonora absurdamente cativante. Foi ele o grande responsável por popularizar a técnica de cel-shading nos games, dando aquele aspecto de desenho animado.

A jogabilidade era uma mistura de ação, plataforma e… pichação. Controlando membros de uma gangue de patinadores em Tóquio, o objetivo era espalhar sua arte pela cidade, desviando da polícia e enfrentando gangues rivais. Tudo isso embalado por uma trilha sonora licenciada e original que misturava J-pop, hip-hop, funk e eletro, criando uma atmosfera vibrante.
Jet Set Radio era pura atitude. O gameplay era acessível, mas dominar as manobras e encontrar todos os pontos de pichação exigia habilidade. Era uma experiência audiovisual que marcou época e mostrou o potencial criativo do Dreamcast.
10. Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes
Se você frequentava fliperamas no início dos anos 2000, com certeza ouviu os gritos de “It’s Mahvel baby!” ou viu a tela piscando com combos absurdos. Marvel vs. Capcom 2 é tido por muitos como o auge da série de crossovers da Capcom. E não é para menos: o jogo era uma explosão de cores, personagens e diversão desenfreada.

A jogabilidade veloz e os combos insanos eram a marca registrada, mas o que realmente chamava a atenção era a absurda quantidade de personagens: 56 no total! Heróis e vilões da Marvel e da Capcom se enfrentavam em batalhas de trios, e o sistema de assistências múltiplas foi elogiado por aprofundar ainda mais o combate, permitindo estratégias complexas e sequências devastadoras.
Os gráficos, utilizando sprites 2D sobre cenários 3D (e alguns elementos em cel-shading em algumas versões), enchiam os olhos. Marvel vs. Capcom 2 era um espetáculo para os olhos e ouvidos, com uma trilha sonora jazzística que, ame ou odeie, ficou marcada. Um clássico absoluto dos jogos de luta que ainda hoje tem uma comunidade apaixonada.
9. Deus Ex
Um dos jogos mais cultuados e influentes de todos os tempos, Deus Ex combinou de maneira magistral um gameplay aberto com uma história envolvente e cheia de reviravoltas em um mundo cyberpunk fascinante. No papel do agente JC Denton, o jogador era jogado em uma trama de conspirações globais, inteligência artificial e transumanismo.

O grande trunfo de Deus Ex era a liberdade de escolha. Cada missão podia ser abordada de diversas formas: furtividade, combate direto, hacking, diálogo. Suas decisões e a forma como você desenvolvia as habilidades de Denton realmente impactavam o desenrolar da história e as reações dos NPCs. Deu nova vida ao gênero de simuladores imersivos, que até então era dominado por gigantes como Thief e System Shock 2.
A atmosfera sombria, a trilha sonora memorável e os temas filosóficos abordados fizeram de Deus Ex uma experiência única e profunda. Um jogo que te fazia pensar sobre o futuro da humanidade enquanto você explorava cenários detalhados e interagia com personagens complexos. Um verdadeiro clássico que mostrou que um FPS poderia beber da fonte dos RPGs e stealths.
8. Perfect Dark
Depois do estrondoso sucesso de GoldenEye 007, a Rare tinha a difícil missão de entregar um sucessor à altura no Nintendo 64. E eles conseguiram com Perfect Dark. Considerado o sucessor espiritual do jogo de James Bond, ele expandiu e aprimorou a fórmula em paraticamente todos os sentidos.

O modo multiplayer continuava sendo um dos grandes atrativos, com uma variedade insana de armas criativas (Laptop Gun, alguém?), modos de jogo e a possibilidade de adicionar “simulants” (bots) com diferentes níveis de dificuldade e personalidades. Mas a campanha single-player também brilhava, com uma trama de espionagem futurista, elementos de conspiração alienígena e a carismática protagonista Joanna Dark.
Perfect Dark despertou muita curiosidade pelo seu estilo visual mais sombrio e enredo complexo. Pela alta qualidade, desafio e profundidade, foi comparado aos shooters de PC da época e considerado um dos últimos grandes lançamentos do console 64-bit da Nintendo, exigindo o Expansion Pak para liberar todo o seu potencial. Um jogaço que marcou o fim de uma era.
7. Tekken Tag Tournament
O PlayStation 2 precisava de um cartão de visitas de peso em seu lançamento, e Tekken Tag Tournament cumpriu esse papel com maestria. Sendo um dos primeiros títulos de destaque do console, ele impressionou pela qualidade gráfica e pelo inovador sistema de luta em duplas, que adicionava uma camada a mais de estratégia ao gameplay já consagrado da franquia.

Visualmente, o jogo era um desbunde para a época. Muitas revistas descreveram os gráficos como “quase um arcade perfeito”, com modelos de personagens detalhados, animações fluidas e cenários vibrantes. O retorno de personagens clássicos de toda a série Tekken, cada um com suas variações de estilo, foi um prato cheio para os fãs.
A mecânica de “tag” permitia trocar de lutador no meio do combate, possibilitando combos estendidos e estratégias de recuperação. Tekken Tag Tournament não só mostrou o poder do PS2, como também reforçou o impacto do console no mercado, redefinindo os jogos de luta 3D nos consoles.
6. Tony Hawk’s Pro Skater 2
Se o primeiro Tony Hawk’s Pro Skater já tinha sido uma febre, THPS2 consolidou a franquia como um fenômeno cultural. A Neversoft melhorou todos os aspectos do primeiro game: a física foi aprimorada, os cenários ficaram maiores e mais interativos e a adição do manual abriu um leque gigantesco para combos ainda mais longos e criativos.

Uma das grandes novidades foi a possibilidade de construir suas próprias pistas, o que garantia uma longevidade absurda ao jogo. E, claro, não podemos esquecer da trilha sonora licenciada, que era simplesmente arrasadora. Músicas de bandas como Rage Against the Machine, Papa Roach, Millencolin e Bad Religion embalavam as sessões de skate e marcaram toda uma geração.
O trabalho da Neversoft foi tão caprichado que o jogo capturava a essência da cultura skate da época, com manobras reais, visual autêntico e jogabilidade que era ao mesmo tempo acessível e viciante. THPS2 foi considerado um marco na história dos jogos de esporte e, naquela época, muitos previram (corretamente) que a franquia seria extremamente duradoura.
5. Pokémon Gold & Silver
A febre Pokémon estava no auge, e a chegada de Pokémon Gold & Silver para Game Boy Color marcou a tão esperada segunda geração, causando um verdadeiro furor entre os fãs. E não era para menos: os jogos trouxeram uma enxurrada de novidades que expandiram e aprimoraram a fórmula original de forma significativa.

Entre as principais novidades estavam o ciclo de dia e noite em tempo real, que influenciava os Pokémon que apareciam; a criação de ovos, permitindo obter Pokémon bebês e com golpes específicos; a introdução de dois novos tipos (Dark e Steel); e, claro, a nova região de Johto, com 100 novos Pokémon para capturar. Como se não bastasse, após vencer a Elite Four de Johto, era possível revisitar Kanto!
Gold & Silver foram um marco de evolução técnica e de conteúdo na franquia. Apesar de manterem a jogabilidade clássica que todos amavam, ampliaram o universo e foram celebrados por dar mais profundidade e desafio à fórmula original. Para muitos, Gold & Silver são os melhores jogos da série até hoje.
4. Resident Evil Code: Veronica
O Dreamcast recebeu de braços abertos o primeiro Resident Evil verdadeiramente em 3D (sem cenários pré-renderizados) e o resultado foi espetacular. Resident Evil Code: Veronica trouxe gráficos impressionantes para a época, evoluiu a jogabilidade tradicional da série e apresentou um novo enredo focado em Claire Redfield e no novato Steve Burnside.

A atmosfera era mais opressiva e misteriosa, com uma trilha sonora pontual e efeitos sonoros que deixavam o jogador constantemente tenso. As revistas da época não pouparam elogios, considerando Code: Veronica uma “experiência cinematográfica” muito superior aos títulos anteriores do PlayStation.
Em relação ao enredo e personagens, Alfred Ashford e sua perturbadora trama familiar foram amplamente debatidos e aclamados, adicionando uma camada de horror psicológico à série. A jogabilidade, recheada de puzzles mais elaborados e combates estratégicos, também foi alvo de elogios. Code: Veronica ajudou a reforçar o Dreamcast como um console poderoso e que merecia atenção na então nova geração de 128-bits.
3. Final Fantasy IX
O último suspiro da franquia no primeiro PlayStation foi em grande estilo. Final Fantasy IX marcou o retorno às origens da série, com um estilo visual mais cartunesco e um mundo de fantasia medieval vibrante, contrastando com a pegada mais futurista dos seus antecessores diretos. O foco era mais leve e fantasioso, e os personagens eram tão carismáticos que entraram para muitas listas de “melhores protagonistas de RPG”.

A qualidade técnica e os recursos visuais levavam o hardware do PS1 ao limite. As cenas em CG eram deslumbrantes e os cenários pré-renderizados eram ricos em detalhes. A trilha sonora de Nobuo Uematsu, mais uma vez, foi extremamente reverenciada, criando um senso de imersão e evocando a nostalgia dos primeiros jogos da série. A trama, embora com momentos mais leves, também explorava temas profundos e convidava tanto novos jogadores quanto encantava antigos fãs com inúmeras referências e conexões com jogos anteriores.
Final Fantasy IX teve uma importância histórica gigantesca por ser o último título da franquia numerada lançado no primeiro PlayStation. Ele encerrou com chave de ouro a era que foi responsável por popularizar os JRPGs no Ocidente, deixando um legado de fantasia, aventura e emoção.
2. The Legend of Zelda: Majora’s Mask
Considerado por muitos como o último grande jogo do Nintendo 64, The Legend of Zelda: Majora’s Mask chegou com uma proposta ousada e sombria, bem diferente do tom épico e aventuresco de Ocarina of Time. A iminência da lua caindo sobre Termina em três dias criava uma tensão constante e um senso de urgência palpável.

O gameplay era extremamente denso e não-linear, exigindo raciocínio lógico e domínio preciso do ciclo de tempo. A mecânica de transformação de Link em Deku, Goron e Zora abria um leque de habilidades essenciais para resolver os complexos puzzles e dungeons. O jogo chamou a atenção de fãs e críticos pelo seu design inovador e atmosfera melancólica, com gráficos aprimorados graças ao uso obrigatório do Expansion Pak.
Para muitos, Majora’s Mask é um dos Zeldas mais maduros e artisticamente ambiciosos de todos. Sua complexidade narrativa, a profundidade emocional dos seus personagens (cada NPC com sua própria rotina e história dentro do ciclo de três dias) e os temas existenciais abordados o tornaram um clássico cult que até hoje vale a pena ser jogado. Uma obra-prima sombria e inesquecível.
1. The Sims
E no topo da nossa lista, um jogo que transcendeu o público gamer tradicional e se tornou um fenômeno cultural mundial. The Sims, criação do gênio Will Wright e da Maxis, levou o conceito de SimCity ao nível mais íntimo possível, colocando os jogadores no controle da vida cotidiana de pessoas virtuais, os Sims.

O conceito era simples, mas magistralmente executado: você construía suas casas, gerenciava os desejos, necessidades e humores dos seus Sims, ajudando a conseguir empregos, desenvolver habilidades e a socializar e interagir com outros Sims. A liberdade para criar histórias, das mais ordinárias às mais bizarras, era o grande atrativo e ajudou no surgimento de uma categoria específica de criadores de conteúdo especialistas em fazer novelas: os Simmers.
The Sims atraiu novos tipos de jogadores, incluindo um público totalmente casual e feminino que, em sua maioria, não se interessava tanto por jogos de tiro ou RPGs complexos. O sucesso foi tão estrondoso que desbancou Myst e se tornou o jogo de PC mais vendido de todos os tempos por muitos anos, dando início a uma das franquias mais bem-sucedidas e duradouras da história dos videogames. Um verdadeiro marco.
Menções honrosas
O ano 2000 foi tão recheado de lançamentos incríveis que alguns títulos de peso acabaram ficando de fora da lista principal. Não por falta de qualidade, mas porque a concorrência era simplesmente brutal. Mesmo assim, eles merecem ser lembrados pelo impacto que causaram.
Baldur’s Gate II: Shadows of Amn
Continuando a saga épica de RPG no PC, Baldur’s Gate II aprofundou ainda mais a narrativa, os personagens e a complexidade tática que consagraram o primeiro jogo. Uma obra-prima da BioWare que definiu o gênero por anos.
Vagrant Story
Um RPG tático e sombrio da Square para o PlayStation que se destacou pela narrativa complexa e uma direção de arte única. Com um sistema de combate em tempo real focado em atacar partes específicas do corpo dos inimigos e um intrincado sistema de criação e personalização de armas, além de um enredo denso e maduro, Vagrant Story chamou a atenção da mídia e dos jogadores que buscavam algo diferente.

Shenmue
Shenmue criou um mundo aberto detalhado onde cada NPC tinha rotina própria e o jogador podia interagir com praticamente tudo. Yu Suzuki criou uma experiência única que misturava investigação, artes marciais e simulação social de uma forma nunca vista antes. O jogo estava décadas à frente de seu tempo em termos de ambição e escopo.
Crazy Taxi
Um dos jogos mais divertidos e caóticos do Dreamcast. Misturava corrida arcade com caos urbano de uma forma viciante. Com gameplay de velocidade altíssima, trilha sonora punk rock contagiante com canções de The Offspring e Bad Religion e um visual explosivo, era diversão instantânea. O sistema de pontuação recompensador e a busca por rotas insanas faziam dele uma vitrine perfeita para o poder gráfico e de processamento do console da SEGA.

Parasite Eve 2
Dando uma guinada em relação ao primeiro, Parasite Eve 2 apresentou um grande salto de qualidade gráfica no PlayStation e trouxe um sistema de combate reformulado, mais voltado para a ação em tempo real e com mira livre. Por misturar elementos de RPG com survival horror, seguiu sendo comparado a Resident Evil, embora tivesse um foco maior na construção de tensão e na investigação, com uma ambientação militar que fugia do padrão de mansões e laboratórios. Aya Brea continuava carismática e a trama, envolvente.
Driver 2
Se o primeiro Driver já tinha impressionado, Driver 2: Back on the Streets elevou a ambição no PlayStation original. Além da evolução gráfica e novas mecânicas de gameplay, a grande sacada foi a possibilidade de explorar o mundo aberto com o personagem a pé – algo que só veríamos de forma mais aprofundada em GTA 3 no PlayStation 2. Para nós, brasileiros, o mapa no Rio de Janeiro criou uma identificação fortíssima, nos fazendo sentir representados no game, mesmo com os clichês.

Dino Crisis 2
A sequência da aventura com dinossauros da Capcom surpreendeu ao abandonar o survival horror mais cadenciado do primeiro jogo e abraçar de vez a ação desenfreada. A mudança de ritmo, associada aos gráficos mais polidos e à sensação de batalhas arcade contra hordas de dinossauros (com direito a contador de combos!) foi muito elogiada. Foi o suficiente para ser considerado um dos melhores jogos de ação de 2000 e um dos grandes títulos do PlayStation.
Legado do ano 2000 nos games
O ano 2000 foi, sem dúvida, um divisor de águas. Vimos o início avassalador do PlayStation 2, que viria a se tornar o console mais vendido de todos os tempos. Presenciamos os últimos grandes momentos de plataformas como o Nintendo 64 e o primeiro PlayStation, que se despediram com títulos memoráveis. O Dreamcast, apesar dos jogos inovadores e fantásticos que recebeu no ano, já começava a cambalear. E, no horizonte, já tínhamos os anúncios do GameCube e do Xbox, prometendo acirrar ainda mais a disputa.
Foi um ano de transição, de novas tecnologias surgindo, a jogatina online dando seus primeiros passos e, acima de tudo, de jogos que definiram gêneros e marcaram uma geração inteira de jogadores.
13 jogos memoráveis lançados em 2000
- The Sims: Simulador de vida que se tornou fenômeno cultural e o jogo de PC mais vendido da história até então
- The Legend of Zelda: Majora’s Mask: Sequência sombria de Ocarina of Time com mecânica de ciclo temporal de três dias
- Final Fantasy IX: Último capítulo da série no PlayStation original, com retorno às raízes de fantasia medieval
- Resident Evil Code: Veronica: Primeiro Resident Evil totalmente em 3D, com gráficos impressionantes no Dreamcast
- Pokémon Gold & Silver: Segunda geração da franquia com novos Pokémon, ciclo de dia e noite e duas regiões exploráveis
- Tony Hawk’s Pro Skater 2: Revolucionou os jogos de esportes com física aprimorada, editor de pistas e trilha sonora marcante
- Tekken Tag Tournament: Título de lançamento que demonstrou todo o poder do PS2 com seu sistema de luta em duplas
- Perfect Dark: Sucessor espiritual de GoldenEye 007 que fez o FPS no N64 ser comparado ao dos PCs
- Deus Ex: Mistura de ação com RPG em primeira pessoa que redefiniu a liberdade de escolha nos games
- Marvel vs Capcom 2: Jogo de luta icônico com 56 personagens e combate caótico e viciante
- Jet Set Radio: Introduziu o cel-shading nos consoles e definiu uma estética visual única
- Diablo 2: RPG de ação que estabeleceu a fórmula do gênero para as próximas duas décadas
- Digimon World: RPG de simulação que capturou a essência do anime e da criação de monstros virtuais
E para vocês, quais foram os jogos que mais marcaram o ano 2000?
Leia mais no Canaltech
- Mega Drive ou Super Nintendo: qual foi mais popular no Brasil nos anos 1990?
- O que foi a Guerra de Consoles nos anos 1990?
- 10 melhores jogos da história do PlayStation
Leia a matéria no Canaltech.
Fonte: Canaltech - Leia mais