“Roda Crysis?” foi uma pergunta que ficou em alta entre os PC gamers por muitos anos. Isso porque o jogo da Crytek era tão pesado na época de seu lançamento, em 2007, que as melhores configurações não davam conta de rodá-lo, e isso só foi possível com as gerações seguintes de placas de vídeo e processadores. Nenhum outro jogo foi tão impactante nesse aspecto, mas outros chegaram perto.
Jogos pesados para PC sempre existiram, mas alguns são marcantes pelos requisitos de sistema bem exagerados por um desses motivos: ou o jogo é realmente pesado, ou existem problemas de otimização e o hardware mais forte é para sobrepor esses problemas, algo cada vez mais comum.
Atualmente existe ainda a sugestão de uso de upscaling e até geração de quadros por IA para deixar o game jogável, algo que a comunidade PC gamer tem olhado com cada vez mais desconfiança. Mas, independentemente disso, hoje o Canaltech selecionou 6 dos jogos mais pesados da história que nem todo PC gamer conseguia rodar.
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1. Doom
O primeiro Doom marcou a história dos jogos em PCs. Até aquele momento, a exigência do hardware era bem diferente. O jogo chegou no mesmo ano do primeiro Intel Pentium, mas não exigia o novo processador do Time Azul. Em vez dele, a id Software recomendava um 486, mas ainda dizia que um 386 também dava conta, embora não tão bem quanto o irmão mais forte.
Esses são processadores lançados na segunda metade da década de 1980. E caso você não saiba, PCs ainda não eram tão acessíveis na época justamente por serem caros. Para “complicar” ainda mais as coisas, Doom pedia 8 MB de memória RAM, o dobro do que era o comum para a época.
O mais impressionante é que o jogo rodava a cerca de 35 FPS se o PC atendesse a todos os requisitos recomendados. Essa é uma quantidade de frames por segundo bem acima do que os consoles da época conseguiam, e até superior ao PS1 e Nintendo 64 que vieram depois.
2. Crysis
Sim, já podemos pular para 2007, já que por mais que tenha existido outros jogos pesados de PC nesse intervalo, como Quake, StarCraft, The Elder Scrolls 3: Morrowind, Doom 3 (olha ele de novo aí), entre outros, foi o jogo de tiro que começava numa belíssima praia que deixou sua marca.
Crysis fez história. Ele é o segundo jogo da Crytek. O primeiro foi Far Cry lançado em 2004 e que também exigia bastante das máquinas da época. Três anos depois, o motor gráfico CryEngine se tornaria sinônimo de realismo e exigência nos PCs.
A recomendação listava uma NVIDIA GeForce 8800 GTS com 640 MB de memória de vídeo, o que era muito, além de um Intel Core 2 Duo 2.2 GHz ou um AMD Athlon X2 4400 e 1 GB de RAM. Com isso, Crysis fazia muito PC gamer frustrado por não ter uma máquina que conseguisse ao menos rodá-lo a 30 FPS em 720p, o que era normal para a época.
Hoje é fácil rodar o game, mas ele permaneceu bastante exigente com os processadores e, principalmente, placas de vídeo de anos depois. Quem viveu a época, sabe do que estamos falando. O jogo recebeu um remaster que não foi muito bem recebido pelos fãs entusiastas.
3. The Witcher 3
Entre Crysis e The Witcher 3, os PC gamers suaram também para rodar Crysis 3 (2013), que exigia muito das CPUs, e Battlefield 4 com seus cenários destrutíveis. O mega sucesso da CD Projekt Red não tem o apelo realista que esses dois FPS têm, mas seu vasto mundo, cheio de vida, fez muito PC pedir arrego.
Ele chegou exigindo CPUs quad-core, em uma época em que muitos ainda usavam dual-core e que se frustravam na cidade de Novigrad e seus vários NPCs, além da Radeon RX 480 ou GeForce GTX 1070, quando muitos ainda tinham Radeon HD 7000 e GeForce GTX 700.
The Witcher 3 foi disruptivo quando chegou em 2015 com seu mundo vasto, belíssimo e vivo, além gráficos incríveis que faziam qualquer RPG de mundo aberto (como Skyrim) ficar com inveja. Quem pôde jogar em 1080p com tudo no máximo e a 60 FPS na época, foi um sortudo. Hoje, até um PC de entrada roda o game muito bem, mas sem ray tracing, algo que foi adicionado depois.
4. Control com ray tracing
A Remedy surpreendeu a todos em 2019 com Control. Mas quando o jogo recebeu ray tracing depois, sendo o primeiro a trazer uma experiência quase que completa da tecnologia, explodiu a mente de muitos. Os PC gamers, a partir de então, passaram a procurar reflexos, sombras e transparência realistas em jogos, além das métricas do MSI Afterburner (em vez de aproveitar os jogos).
Porém tudo isso só estava disponível para quem estivesse disposto a desembolsar bastante para ter uma GeForce RTX 20 intermediária ou top de linha para dar conta dos efeitos que eram muito pesados na época, principalmente porque o DLSS não estava no estado que se encontra hoje.
Control foi o primeiro jogo usado como benchmark para ray tracing. Já existia Battlefield V com reflexos por ray tracing, o primeiro game a ganhar a tecnologia, seguido de Shadow of the Tomb Raider com sombras, mas a implementação feita pela Remedy foi muito mais complexa e ainda dá trabalho para as máquinas mais simples de hoje.
5. Alan Wake 2
Olha a Remedy voltando de novo. Nesse meio tempo, os PC gamers ganharam o incrível Red Dead Redemption 2 que, embora seja muito bem feito, só era pesado mesmo para quem queria jogar em altas resoluções e taxas de quadros por segundo. Vamos lembrar também de Cyberpunk 2077, que levou anos para ficar pronto depois do lançamento e oferece muito desafio às GPUs mais fortes com path tracing.
Mas Alan Wake 2 chegou redondo (dentro do padrão de redondo que temos atualmente), sendo bem pesado em rasterização, dando muito trabalho para placas de vídeo de entrada, mas sendo quase impossível de ser rodado com sua implementação de path tracing, fazendo com que a RTX 4090 e a RTX 5090 se ajoelhem sem DLSS.
GPUs intermediárias atuais só conseguem um bom resultado com o auxílio de upscaling de imagem e geradores de quadros. Os desenvolvedores recomendam a GeForce RTX 3060 ou Radeon RX 6600 XT, mas é preciso muito mais do que isso para ter uma experiência realmente satisfatória.
6. Jogos feitos em Unreal Engine 5
Fica aqui uma menção honrosa a um motor gráfico, que tem sido amplamente usado para trazer jogos de PC realmente pesados. A Unreal Engine 5 tem muitos problemas e fica bem difícil de achar um jogo que chegou redondo, já que todos precisaram de patches para serem corrigidos.
O destaque aqui vai para Black Myth: Wukong, que apesar de também ter precisado de correções, foi muito menos que vários outros jogos. O título da chinesa Game Science é belíssimo, tem efeitos de ponta e é super pesado, fazendo até mesmo placas de vídeo modernas precisarem de auxílio, com a situação piorando ainda mais com ray tracing.
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Fonte: Canaltech - Leia mais