Uma mutação genética rara permite que algumas pessoas consigam dormir bem com apenas 4 horas de sono. É o que apontam descobertas feitas por pesquisadores que foram divulgadas em um estudo publicado no dia 5 de maio na revista científica PNAS.
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A mutação em questão foi denominada pelos cientistas como SIK3-N783Y, e foi identificada em um humano com superdormência. De acordo com os autores do estudo, entender mudanças genéticas em pessoas que dormem entre 3 e 6 horas por noite – sem efeitos negativos – pode ajudar a desenvolver tratamentos contra distúrbios do sono.
“Nossos corpos continuam a trabalhar quando vamos para a cama”, desintoxicando-se e reparando danos, afirmou a neurocientista Ying-Hui Fu, uma das autoras do estudo, em entrevista à Nature. “Essas pessoas [que dormem pouco naturalmente] conseguem realizar todas essas funções que nossos corpos realizam enquanto dormimos em um nível mais alto do que nós.”
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Testes e descoberta
Os pesquisadores verificaram que nova mutação descoberta ocorre no gene SIK3. Então, os cientistas modificaram geneticamente camundongos com a nova mutação, e descobriram que os animais testados precisavam de cerca de 30 minutos a menos de sono por dia.
Segundo os especialistas, o fato dos camundongos examinados terem perdido apenas uma pequena fração do seu tempo de sono sugere que a mutação SIK3-N783Y pode não ter tanta influência na redução da necessidade de horas de descanso dos humanos.
Genes associados ao sono curto

A equipe da pesquisadora Ying-Hui Fu estuda a redução da necessidade de sono desde os anos 2000. A primeira descoberta de uma mutação genética associada ao fenômeno ocorreu após a análise dos genomas de uma mãe e sua filha. Os pesquisadores identificaram uma mutação rara em um gene envolvido na regulação do ritmo circadiano, o “relógio biológico” que controla o ciclo sono-vigília.
A equipe já conhece centenas de pessoas que dormem pouco naturalmente, e identificaram, até o momento, cinco mutações em quatro genes que podem contribuir para essa característica.
Confira o estudo na íntegra na PNAS.
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Fonte: Canaltech - Leia mais