A jornada de crédito está sendo profundamente transformada pela inteligência artificial. Em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, instituições financeiras precisam tomar decisões mais rápidas, seguras e personalizadas. A IA torna isso possível ao processar grandes volumes de dados em tempo real, permitindo avaliar riscos com mais precisão, aumentar a concessão de crédito, reduzir a inadimplência e prevenir fraudes de forma proativa.
No contexto da concessão de crédito e da cobrança, a IA entrega ganhos tangíveis. Segundo estudo da Febraban em parceria com a Accenture, a automação inteligente pode gerar ganhos de produtividade entre 25% e 35%. Instituições que utilizam modelos preditivos e dados alternativos conseguem reduzir perdas financeiras em até 25% e aumentar a eficiência operacional entre 30% e 50%, com impacto direto na rentabilidade e na experiência do cliente.
Casos de uso mais relevantes envolvem a tomada de decisão em tempo real, com base em dados internos e externos, para aprovações mais assertivas e seguras. A IA permite personalizar ofertas conforme o comportamento do cliente, prever inadimplência antes que ela ocorra e automatizar a cobrança com priorização inteligente de contatos e canais. No onboarding de clientes, os algoritmos reforçam a segurança ao detectar tentativas de fraude e validar identidades de forma instantânea, sem atrito para o usuário. A inteligência aplicada a essas etapas pode tornar o processo até 40% mais ágil, reduzir perdas financeiras em até 25% e aumentar a eficiência operacional entre 30% e 50%, segundo benchmarks de mercado.
Além disso, a IA contribui diretamente para a inclusão financeira. Se antes o crédito dependia exclusivamente de dados bancários tradicionais, hoje novas fontes — como comportamento de pagamento de contas, histórico digital e padrões de consumo — permitem avaliar perfis antes invisíveis para o sistema. Com isso, milhões de pessoas que não tinham acesso a produtos financeiros podem ser incluídas com responsabilidade e inteligência.
Apesar dos avanços, o uso de IA ainda exige atenção a aspectos regulatórios, éticos e operacionais. Transparência algorítmica, explicabilidade das decisões e governança de dados são pilares essenciais para garantir confiança e sustentabilidade. Ainda assim, o mercado é unânime: a inteligência artificial será o principal motor da transformação do setor financeiro nos próximos anos.
A prevenção de fraudes, por exemplo, já colhe resultados expressivos com IA. Segundo estudos da McKinsey e da PwC, algoritmos avançados permitem reduzir fraudes em até 40% e diminuir falsos positivos em mais de 20%, ao identificar comportamentos atípicos em tempo real. Ao combinar dados transacionais, biometria, geolocalização e machine learning, as instituições conseguem mitigar riscos com muito mais precisão e agilidade do que sistemas baseados apenas em regras fixas.
O futuro do setor será moldado por tecnologias como inteligência artificial, identidade digital, criptografia avançada e cibersegurança — já aplicadas para proteger dados, melhorar decisões e personalizar experiências. Embora tecnologias emergentes como a computação quântica ainda estejam em estágio experimental, seu potencial de acelerar algoritmos e resolver problemas complexos poderá, no longo prazo, ampliar ainda mais o impacto da IA nas finanças. O caminho da inovação aponta para um ecossistema mais inteligente, seguro e centrado no cliente.
Patricia Matheus, Country Manager da Provenir.
Fonte: TI INSIDE Online - Leia mais