Por muito tempo, o seguro de vida foi um produto distante, cercado por processos complexos, linguagem inacessível e pouca conexão com o cotidiano das pessoas. Mas essa realidade está mudando a passos largos com o avanço da tecnologia. Isso porque o mercado se aprofundou na era digital, impulsionado por soluções de inteligência artificial, automação e integração de dados, se transformando em um produto tech: rápido, personalizável, acessível e, acima de tudo, relevante. Mas, afinal, por que isso importa?
A resposta passa por ir além da eficiência operacional. Trata-se de ampliar o acesso à proteção financeira, personalizar a experiência do consumidor e transformar um mercado historicamente concentrado. Em um país onde menos de 20% da população possui seguro de vida, segundo levantamento da FenaPrevi em parceria com o Datafolha, romper as barreiras tradicionais de contratação é essencial para democratizar o acesso a esse tipo de proteção. E é exatamente nesse ponto que a tecnologia deixa de ser apenas um diferencial competitivo e se torna um vetor de inclusão.
A partir do uso de IA com modelos preditivos, por exemplo, é possível avaliar o perfil de risco de um cliente com muito mais precisão e agilidade, eliminando etapas burocráticas e tornando a jornada do usuário muito mais fluida — da simulação ao fechamento da apólice. Mais do que isso: a inteligência artificial permite ajustar os produtos às necessidades reais de cada indivíduo. Um levantamento recente da McKinsey destaca que seguradoras que adotam dados e análises avançadas podem melhorar as taxas de perda em três a cinco pontos percentuais, aumentar os prêmios de novos negócios em 10 a 15% e elevar a retenção em segmentos lucrativos em 5 a 10%, graças à subscrição digitalizada.
Na prática, isso significa, por exemplo, que uma mãe solo de 32 anos, em qualquer lugar do país, pode contratar um seguro de vida em poucos minutos, com cobertura adequada ao seu momento de vida, sem precisar passar por exames ou esperar dias por uma resposta.
Os dados comprovam que esse é o caminho. Um relatório da Allied Market Research aponta que a IA generativa no setor de seguros gerou US$761,4 milhões em 2022 e projeta-se que alcance US$14,4 bilhões até 2032, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 34,4%. Além disso, para se ter uma ideia, segundo um estudo da consultoria SAS, 92% das seguradoras no Brasil já contam com orçamentos dedicados à inteligência artificial em 2025, enquanto 89% planejam investir diretamente em IA generativa para acelerar a regulação de sinistros, personalizar apólices e melhorar a jornada do cliente. Isso significa que o setor entendeu: tecnologia não é mais um diferencial — é condição de competitividade.
Talvez o ponto mais transformador seja que ao digitalizar e descomplicar a contratação, a tecnologia permite que o seguro de vida ocupe finalmente o lugar que merece no planejamento financeiro das famílias brasileiras. Em vez de ser visto como um produto de última hora, atrelado ao medo, ele passe a ser compreendido como um instrumento de cuidado, estabilidade e visão de futuro.
O seguro de vida virou tech. E isso importa porque amplia acesso, reduz desigualdades e redefine o que significa proteger alguém. Em um mundo de incertezas, a tecnologia nos mostra que é possível garantir segurança com velocidade, eficiência e, acima de tudo, humanidade.
Igor Alves, CTO da Azos.
Fonte: TI INSIDE Online - Leia mais