Um novo relatório da agência de análise de mídia Enders Analysis aponta que o Amazon Fire Stick é um dos principais responsáveis por bilhões de dólares em perdas causadas pela pirataria. O documento ainda destaca que gigantes do ramo da tecnologia não têm feito o suficiente para combater o problema.
Com o título “Pirataria de vídeo: Grandes empresas de tecnologia claramente não querem resolver o problema”, a pesquisa define o Fire Stick como um “facilitador de pirataria”
Dispositivos como o Fire Stick costumam estar associados a casos de acesso a conteúdo pirata. As razões para isso são majoritariamente técnicas: no caso do modelo da Amazon, é possível realizar modificações (jailbreak) para ativar a reprodução ilegal, por exemplo.
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Além da Amazon, outras empresas também foram criticadas. O Facebook foi citado por não remover anúncios que promovem transmissões ilegais em sua plataforma, enquanto Google e Microsoft enfrentam críticas por uma “degradação contínua” de seus sistemas DRM, que servem para proteger direitos autorais de conteúdos digitais.

Segundo o relatório, esses sistemas estão comprometidos “a diversos níveis de segurança”. A última atualização da Microsoft para o PlayReady, seu sistema DRM, ocorreu em dezembro de 2022.
Ainda de acordo com a pesquisa, a falta de diálogo entre essas empresas e os detentores de conteúdo indica que essa reforma não é prioridade.
Tom Burrows, chefe de direitos globais da DAZN, classificou a pirataria de streaming como “quase uma crise para a indústria de direitos autorais do esporte”. A DAZN é uma das maiores plataformas europeias de transmissão esportiva.
Já a Sky Group, responsável pela transmissão de torneios como o Campeonato Inglês, alertou que a pirataria está custando “centenas de milhões de dólares” em receita.
De acordo com estudo da Sky, 59% das pessoas que assistiram a conteúdo pirata no Reino Unido no último ano usaram um Fire Stick. O dispositivo permite “bilhões de dólares em pirataria” no total.
Nick Herm, diretor de operações da Sky Group, ainda afirmou que a Amazon não está colaborando na magnitude que a companhia gostaria.
Pirataria e incerteza econômica
Nos últimos anos, a pirataria tem crescido na Europa, impulsionada pela incerteza econômica.
Segundo a BBC, o valor total dos direitos de mídia esportiva ultrapassou US$ 60 bilhões no ano passado. Fãs estão pagando cada vez mais por acesso legal a esportes, principalmente se assinam múltiplos serviços.
No Reino Unido, torcedores de futebol precisaram pagar cerca de US$ 1.171 (ou R$ 6.703 em conversão direta) na temporada 23/24 para assistir a todos os jogos da Premier League transmitidos pela TV.

Os serviços de outras categorias, como Netflix e Disney Plus, também aumentaram os custos das assinaturas, e restringiram o compartilhamento de contas.
No entanto, escolher a pirataria traz riscos significativos.
Compartilhar dados de cartão de crédito e e-mails com operadores de serviços piratas não é uma atividade considerada segura. Além disso, são comuns os casos de dispositivos como TV Box serem infectados com malware.
Em resposta, a Amazon informou estar trabalhando com parceiros do setor e com autoridades para combater a pirataria.
Entre as medidas adotadas ou em andamento está o aumento da barreira técnica, como a desativação do ADB via rede local — que permite acesso remoto e instalação de apps não autorizados.
Além disso, o DRM nos dispositivos teria sido reforçado, e mensagens de alerta sobre a legalidade do uso também foram incluídas.
Para o futuro, a Amazon pretende abandonar o Android no Fire TV para usar o Vega OS, baseado em Linux. O novo sistema não executa APKs do Android, dificultando o uso de apps piratas.
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Fonte: Canaltech - Leia mais