O setor aeroespacial brasileiro vem desenvolvendo projetos em diversas frentes. O objetivo é fortalecer a autonomia do país na criação e utilização de tecnologias que possam colocar o Brasil como uma referência global na área.
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O desenvolvimento de satélites e o aperfeiçoamento de foguetes são algumas das iniciativas brasileiras para os próximos anos. É o que afirma Marco Antonio Chamon, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), em entrevista ao Canaltech no SpaceBR Show 2025.
Seguindo o Plano Estratégico da Agência Espacial Brasileira para o período de 2023 a 2026, Chamon chama a atenção para a decolagem de um foguete brasileiro e a utilização de uma base localizada no Brasil para o lançamento de um veículo sul-coreano.
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Lançamento de foguete brasileiro
A previsão é que, entre outubro e novembro, o país lance o foguete suborbital brasileiro VS-30 a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado no Rio Grande do Norte. O veículo deve atingir uma altitude de cerca de 200 km e realizar um voo parabólico durante aproximadamente 8 minutos.
“É um foguete muito tradicional no Brasil, com grande confiabilidade. O veículo vai testar, pela primeira vez, um módulo que leva uma carga útil para a realização de experimentos”, destacou Marco Antonio.
Segundo o engenheiro espacial, algumas empresas já demonstraram interesse em utilizar esse voo para testar seus produtos. Contudo, considerando que há riscos por se tratar da primeira experiência com esse módulo, essa operação não terá custos para as companhias interessadas.

Uso da base de Alcântara (MA)
Chamon destacou também a utilização do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado no Maranhão, pela startup sul-coreana Innospace. Esse será o primeiro lançamento comercial do foguete HANBIT-Nano.
A decolagem do veículo da empresa da Coreia do Sul estava prevista para ocorrer já em julho deste ano, mas a companhia informou que o voo foi remarcado e deve acontecer somente no segundo semestre de 2025.
“Essa é uma operação comercial. Trata-se de um foguete que vai colocar satélites de diversas empresas — nacionais e internacionais — em órbita. E, se tudo correr bem, teremos o início das atividades comerciais do Centro de Lançamento de Alcântara”, ressaltou o presidente da AEB.

Satélite Amazônia-1B no horizonte
O satélite Amazônia-1B também está no horizonte dos lançamentos brasileiros — previsto para 2026. Esse instrumento espacial é quase idêntico ao Amazônia-1, primeiro satélite completamente desenvolvido pelo Brasil, lançado em fevereiro de 2021.
De acordo com Chamon, um dos destaques é o sistema que contará com um refletor para monitorar recursos hídricos continentais e marinhos do Brasil, bem como o estado da atmosfera. Além disso, esse sistema incluirá uma câmera com resolução superior à do seu antecessor.
“A câmera é um pouco melhor. A que está no Amazônia-1 é capaz de gerar imagens com 60 metros de resolução, ou seja, um pixel de 60 metros. Já no Amazônia-1B, nós vamos enviar uma câmera com 20 metros de resolução”, explica o especialista.

Na prática, cada pixel das imagens do Amazonia-1 representa uma área de 60 metros por 60 metros. Já no dispositivo que será incorporado ao seu sucessor, cada pixel vai representar uma área de 20 metros por 20 metros — o que significa imagens mais nítidas com detalhes três vezes menores.
A incorporação de um novo módulo ao foguete VS-30, o início da utilização comercial do Centro de Lançamento de Alcântara e o desenvolvimento do Amazônia-1B são exemplos de como tecnologias brasileiras podem se destacar no setor aeroespacial em um curto prazo.
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Fonte: Canaltech - Leia mais