O Banco Central do Brasil (BC) lançou o Pix Automático nesta quarta-feira (4), durante o evento Conexão Pix, em São Paulo (SP). A nova modalidade vai começar a funcionar nos próximos dias e permitirá automatizar o pagamento de contas através da modalidade, assim como o débito automático.
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- Qual a diferença entre Pix por aproximação e o Pix tradicional?
A novidade é uma atualização do Pix, que começou a operar em 2020 e vem recebendo novos recursos com o passar dos anos, como é o caso do Pix por Aproximação.
Durante a conferência, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou que o Pix Automático, além de facilitar a quitação de contas de luz, água, telefone e afins, ajuda a manter o ritmo rápido das transações.
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“O Pix é o dinheiro que anda na velocidade do nosso tempo”, disse. “É o dinheiro que tem a velocidade das pessoas, dos negócios e das informações de hoje em dia.”
Com o Pix Automático, o BC oferece um canal para garantir pagamentos automáticos de faturas recorrentes, como uma alternativa ao débito automático. A principal promessa é voltada para a flexibilização e acessibilidade, permitindo que qualquer pessoa física ou jurídica tenha acesso ao recurso com facilidade.
Todo esse sistema opera sob o controle do usuário, que tanto precisa autorizar as transações como tem o poder de especificar um limite de valor para as transferências.
A modalidade também entra como uma alternativa aos pagamentos por recorrência feitos no cartão de crédito, entre eles, assinaturas de plataformas de streaming e demais serviços online. O presidente do BC também vê que a novidade facilita em casos de fraudes ou quando o cartão vence.
Neste casos, é preciso trocar a numeração do cartão em cada plataforma para que os próximos pagamentos sejam processados. Com o Pix Automático, só será preciso fazer uma nova autorização caso o pagador troque de banco.
“60 milhões de pessoas que hoje não têm cartão de crédito vão poder ter acesso a uma série de serviços ou a uma série de facilidades”, disse Galípolo. “Não só a facilidade daquele serviço que ela já tem acesso, mas serviços que ela não tinha acesso por não ter uma modalidade de contratação desse jeito.”
O recurso vai começar a funcionar em 16 de junho de 2025.
Pagamento automático mais amplo
O lançamento chega com a promessa de quebrar um dos maiores impasses do débito automático: a restrição de acesso.
Hoje, para oferecer o débito automático, uma empresa precisa fechar parcerias com os bancos, limitando a poucas instituições financeiras. O diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, Renato Gomes, pontuou que esse processo, além de complexo, é custoso e dificulta o acesso a companhias menores.
“Hoje em dia, se uma empresa quer oferecer débito automático, ela necessariamente precisa fazer um acordo bilateral com o banco, abrir uma conta”, observa. “O Pix Automático vai permitir que empresas menores tenham acesso a esse serviço”.
O lançamento garante benefícios em duas frentes. Na ponta do pagador, será possível utilizar o serviço de pagamentos automáticos em qualquer instituição financeira que ofereça o Pix aos clientes.
Do outro lado, das empresas, a automatização estará disponível para todas as pessoas com acesso ao Pix, sem se limitar a algumas instituições financeiras. Além disso, o Pix Automático não é limitado a contas, e pode ser usado para serviços que, hoje, cobram apenas pelo cartão de crédito para garantir a recorrência.
Integração entre sistemas
Outra vantagem às empresas reside na possibilidade de usar intermediadores nas transações recorrentes. Neste caso, além de facilitar o uso do serviço, as companhias não ficam necessariamente atreladas a um banco, e podem trocar de instituição financeira sem rever os acordos feitos com clientes que usam o Pix.
Segundo o diretor de Regulação do BC, Gilneu Vivan, o Pix Automático também recorre ao Open Finance, que integra todo o sistema financeiro do Brasil.
“O Open Finance vai permitir adicionar características, novas funcionalidades a esse produto”, disse. “Ao longo do tempo, na associação do Open Finance, foram desenvolvidas algumas API que vão atuar junto com o Pix Automático.”
Evolução do Pix
No painel de abertura, o diretor de Administração do BC, Rodrigo Teixeira, pontuou que o lançamento é uma evolução tecnológica e que vai eliminar tarefas rotineiras e preocupação com prazos.
“O Pix mudou o Brasil. Desde 2020, ele protagonizou uma revolução silenciosa na forma como fazemos pagamentos”, comentou. “Em pouco tempo, se tornou uma ferramenta essencial para o dia a dia da população”.
O presidente da Zetta, Eduardo Lopes, destacou a evolução do Pix que, em cinco anos, se tornou um dos principais meios de pagamento do Brasil, e a importância da colaboração entre o Banco Central e o sistema financeiro para alavancar o avanço da tecnologia.
“O lançamento do Pix Automático daqui a duas semanas será muito benéfico para a sociedade”, observa.
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