Pesquisadores do Trinity College Dublin estudaram esqueletos encontrados na cidade maia de Copán, no oeste de Honduras, descobrindo detalhes sobre o colapso dessa civilização, que teve um declínio populacional acentuado há cerca de 1.200 anos. Foram analisados os restos mortais de sete pessoas do Período Clássico Maia, entre 250 d.C. e 900 d.C.
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Publicado no último dia 28 de maio na revista científica Current Biology, o estudo investigou a hipótese de que forasteiros tenham assumido o poder em Copán no final da década de 420, bem como os impactos da miscigenação entre povos locais e não locais e a importância dessa troca cultural na região.
A queda dos maias
Copán foi uma importante capital da civilização maia clássica, ficando no sudeste de seu território e funcionando como uma encruzilhada entre as américas central e do sul. A dinastia, que reinou por quatro séculos, foi fundada na cidade em 426 d.C. por K’inich Yax K’uk’ Mo’, um homem que, segundo inscrições maias, era um forasteiro.
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Segundo a análise dos cientistas, as sete pessoas enterradas em Copán tinham linhagens maternas diferentes entre si, mas dois dos homens pertenciam à mesma linhagem do cromossomo Y. Enterrados juntos, um deles tinha um túmulo rico, indicando ter sido um possível líder, enquanto o outro provavelmente foi um sacrifício. Apesar de estarem no mesmo grupo cromossômico, no entanto, eles não eram parentes.
O genoma dos maias foi comparado com o DNA sequenciado de povos desde a Sibéria até as Américas, revelando continuidade genética na região maia desde o final do Período Arcaico Tardio, entre 3700 a.C. e 1000 a.C., até os dias atuais. Durante o Período Clássico Maia, notou-se um fluxo de pessoas com ancestralidade mexicana, provavelmente de outros locais maias, como Chichén Itzá. Esses forasteiros se misturaram com os locais, criando uma população com duas ancestralidades.
Com o DNA dos maias, também foi possível descobrir que a população local aumentou bastante, chegando a 19.000 pessoas em 730 d.C., antes de decair em torno de 750 d.C. A época coincide com o colapso da Civilização Maia Clássica, e dá suporte à ideia de que o povo não foi substituído por outro grupo, mas permaneceu diminuto após o período.
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