Na última segunda-feira (2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização de três marcas de cafés fakes, por não corresponderem às normas de qualidade e segurança. A matéria-prima é considerada imprópria para o consumo, por ser contaminada com ocratoxina A, uma micotoxina produzida por fungo.
- Café fake? Entenda o que é a mistura “sabor café” que viralizou nas redes
- O seu café de todo dia pode interferir nos efeitos da sua medicação; entenda
Um artigo da UFPR menciona que a ocratoxina A (OTA) é produzida pelos fungos do gênero Aspergillus e Penicillium, normalmente encontrada em cereais, uva e café. No Brasil, os principais fungos produtores são Aspergillus ochraceus, Aspergillus westerdijkiae, Aspergillus carbonarius e Aspergillus niger.
Danos nos rins
Enquanto isso, de acordo com um estudo da UFRGS, a ocratoxina A se destaca pela sua “característica carcinogênica, nefrotóxica e teratogênica”. Em outras palavras, trata-se de uma substância com potencial para causar câncer, comprometer o funcionamento dos rins e provocar malformações no feto durante a gestação:
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
A sua presença em qualquer alimento ou bebida é indesejável, tanto do ponto de vista da saúde quanto economicamente. O Brasil é um grande produtor e consumidor de alimentos e bebidas comumente contaminados por esta micotoxina.
Os pesquisadores envolvidos dizem que a prevenção da contaminação fúngica e consequente formação da micotoxina é a principal forma de evitar possíveis problemas econômicos e para a saúde dos consumidores.

A revisão bibliográfica menciona que, em humanos, a ocratoxina A tem sido associada a uma doença renal crônica e progressiva registrada nos Bálcãs, além de estar ligada a casos de câncer no trato urinário, devido à alta presença desse composto no sangue da população europeia.
Ocratoxina A em cafés fakes
A Anvisa determinou o recolhimento das marcas Oficial, Melissa e Pingo Preto. O comunicado menciona a substância tóxica e ressalta:
Uso de matéria-prima imprópria para o consumo humano, contaminada com ocratoxina A, uma micotoxina produzida por fungos. Presença de matérias estranhas e com impurezas, denominadas incorretamente no rótulo como polpa de café e café torrado e moído, que na verdade eram cascas e resíduos de café. Contaminação no produto acabado, indicando falhas nas boas práticas de fabricação, no processo de seleção de matérias-primas, e na produção e controle de qualidade do produto final. Os rótulos dos produtos também continham imagens e informações que podem causar erro e confusão em relação à natureza do produto, podendo levar o consumidor a entender que o produto se trata de café.
Assim, a medida de vetar os cafés fakes visa proteger o consumidor de um perigo real proporcionado pelo fungo tóxico e reforça a importância da fiscalização rigorosa na produção e rotulagem de alimentos.
Leia também:
VÍDEO | MOLHE O CAFÉ ANTES DO PREPARO
Leia a matéria no Canaltech.
Fonte: Canaltech - Leia mais