O mercado de carros eletrificados explodiu no Brasil no ano de 2023, muito por conta da chegada das fabricantes chinesas. Antes disso, não era tão comum vermos pelas ruas modelos híbridos ou elétricos.
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Com o crescimento do segmento, conseguimos encontrar diversos modelos de carros seminovos eletrificados à venda no mercado, principalmente com sistema híbrido.
Esses carros estão presentes no Brasil há mais tempo. As versões híbridas do Ford Fusion e do Toyota Prius, por exemplo, chegaram ao mercado brasileiro no começo da década passada e possuem diversas versões disponíveis no mercado de seminovos.
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Mas modelos mais recentes, como BYD Song Plus, Toyota Corolla Hybrid, GWM Haval, dentre outros, também já estão sendo comercializados como usados. Com isso, surge a dúvida: vale a pena comprar um carro híbrido usado?
Diferença de preço entre um zero-km e usado
O principal atrativo para compra de carros híbridos usados é seu preço. Os modelos zero-km ainda custam valores bem mais elevados, enquanto os seminovos sofrem com uma forte desvalorização.
Um Toyota Corolla Altis Hybrid, por exemplo, é vendido como novo pela marca a partir de R$ 199.990, sendo a única versão com sistema híbrido do sedã. Agora, a mesma variante produzida em 2020 e até mesmo 2021, pode ser encontrada por entre R$ 130.000 e R$ 150.000.
Pegando como base agora o BYD Song Plus, um modelo 23/24 pode ser comprado na Webmotors por cerca de R$ 185.000. Uma enorme disparidade de preço em relação ao zero-km, que é vendido por R$ 249.990 pela fabricante.

E a deterioração da bateria?
Ao contrário dos carros elétricos, os híbridos normalmente utilizam baterias menores e consequentemente mais baratas, facilitando uma possível troca.
Em geral, a vida útil de um carro híbrido varia de acordo com cada fabricante, mas em média ela é de 10 anos — e esse número pode até ser considerado pessimista. Mas a questão é que este tempo também pode variar de acordo com cada motorista, já que cada um possui um tipo de direção, de rodagem e de cuidados.
Proprietários que pegam mais estradas, por exemplo, terão um desgaste menor nas baterias, já que elas são utilizadas com mais frequência no uso urbano. Mas é claro que a longo prazo elas vão necessitar de manutenção ou até mesmo de substituição.
Modelos como o Toyota Corolla Hybrid utilizam uma bateria de 1,3 kWh de capacidade. Mesmo sendo uma bateria pequena, a sua troca não é barata: cerca de R$ 17.000, fora mão de obra.

Porém, estamos falando de um veículo híbrido pleno que não carrega na tomada. As baterias de carros com sistema híbrido plug-in são muito mais caras, principalmente por conta de seus tamanhos.
Um bom exemplo disso é o GWM Haval H6 PHEV 34, que utiliza uma bateria de 34 kWh de capacidade. O que não é muito diferente do Ora 03, um hatch compacto puramente elétrico com uma bateria de 48 kWh.
O valor da troca completa da bateria não é divulgado pela marca, mas é significativamente maior que do Corolla híbrido ou até mesmo que o H6 híbrido pleno.
Nos primeiros dois anos de uso, no entanto, não há o que se preocupar em relação à bateria, porque a GWM oferece garantia total, incluindo mau uso. Após esse período, tem mais seis anos (ou 200.000 km) de garantia, mas com algumas restrições.
Assim como a GWM, a maioria das marcas oferecem 8 anos de garantia para as baterias de seus carros híbridos. Isso pode variar um pouco para cada fabricante, mas em geral é este tempo. Mas há de se tomar cuidado com algumas pegadinhas, então sempre leia o manual completo.

Desvalorização
Assim como os elétricos, a desvalorização dos carros híbridos é mais intensa que os modelos a combustão.
Segundo Eduardo Jurcevic, CEO da Webmotors, a média de depreciação de carros híbridos em 2024 foi de -10,26%, mais que o dobro dos carros a combustão, que tiveram uma média de 4,19%. Mas essa média pode encobrir alguns modelos que têm desvalorizações mais desaceleradas, como GWM Haval H6 e BYD Song Plus.
Em entrevista ao Autoesporte, Clemente Gauer, diretor e membro do conselho da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), afirmou que as cotações destes modelos “acompanham de perto ou até superam as versões a gasolina”.

O homem também disse que o principal culpado pela desvalorização dos carros eletrificados não são seus custos de manutenção, mas sim a falta de familiaridade do público com a tecnologia.
Assim como todo carro usado ou zero-km, os modelos híbridos sofrem e sofrerão com a depreciação ao longo do uso.
Vale a pena comprar um carro híbrido usado?
Caso você esteja atrás de um veículo híbrido com preço acessível, a compra de um usado pode fazer muito sentido. Mas é muito importante se atentar aos cuidados do antigo dono, se o uso foi feito da maneira correta, etc.
É bom também analisar a garantia de fábrica do carro. Os primeiros Toyota Prius que chegaram ao Brasil, provavelmente estouraram o tempo de garantia. Modelos fabricados em 2020, por exemplo, também já contam com quase 5 anos de uso.
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