O laptop da Xuxa, chamado popularmente de “PC da Xuxa”, teve a sua primeira versão nos anos 1990. Porém, ele não fez muito sucesso e apenas a segunda edição do produto — que chegou em 2004 pela Candide — se tornou popular e virou um verdadeiro ícone da cultura brasileira.
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Produzido para atender ao público infantil, seu maior propósito era ser um computador similar à linha “Pense Bem”, mas com um formato moderno e com um design voltado ao público feminino — o que explica as razões de sua cor rosa e de lembrar um notebook.
A ideia era trazer jogos e atividades através do PC da Xuxa, em um processo divertido e que tivesse um viés educativo. Sua proposta era ajudar as crianças em fases básicas, ensinando sobre o alfabeto, a fazer contas simples e ter alguns exercícios de lógica. O brinquedo participou do processo de aprendizado de muitas crianças e criou uma memória afetiva muito forte em muitos brasileiros.
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O laptop da Xuxa tinha como um dos principais destaques a voz da própria apresentadora durante as atividades. Ou seja, o público via e se divertia com seu programa na TV e expandia a experiência com a própria apresentadora ensinando as metodologias para os pequenos. Não é à toa que a chamam de “Rainha dos Baixinhos”, diga-se de passagem.

Como era o PC da Xuxa?
Ainda que seja chamado de PC da Xuxa, o dispositivo não tinha funções próprias de um computador. Pois é, caros leitores, nele não vinha o Windows, Linux ou qualquer sistema operacional que conhecemos — apenas uma interface que permitia selecionar as atividades e executá-las, tudo de forma bem simples.
O teclado não atendia a qualquer comando, seguindo um design próprio para facilitar o aprendizado das crianças. Seus botões (muito maiores do que o comum) acionavam as atividades e tarefas do laptop. O mouse também não possuía um sensor e sequer se movia na tela, servindo apenas com um cosmético, para que a criançada mexesse em algo e pudesse clicar. Todos, obviamente, tinham uma durabilidade maior para lidar com os exigentes usuários.
O display do PC da Xuxa era de LCD e mostrava apenas imagens monocromáticas, além disso seus componentes não eram nada disruptivos. Mesmo sendo chamado de laptop, não tinha armazenamento e coisas do tipo. Sua bateria se resumia a pilhas, para ter uma noção. Ele tinha o básico para ligar, rodar as atividades e aguentar os trancos durante sua vida útil.
Para reproduzir o som das atividades e a voz da Rainha dos Baixinhos, o PC da Xuxa trazia alto-falantes embutidos — o que desobrigou a utilização de acessórios externos e manteve a integridade da experiência durante as suas vendas no Brasil. Ele não possuía conexão com a internet ou qualquer forma de expandir o seu conceito.
Suas principais atividades eram:
- Aprenda o ABC
- Acerte a letra
- Use o dedo certo
- Letras iguais
- Ordem alfabética
- Complete a palavra
- Digite a palavra
- Aprenda os números
- Conte as figuras
- Adição com figuras
- Subtração com figuras
- Comparação
- Sequência numérica
- Adição
- Subtração
- Aritmética
- Figuras do mesmo tipo
- Figuras iguais
- Componha uma música
- Notas musicais
- Caixa de música
- Figuras em linha
- Jogo de memória
- Relógio
É importante notar que o laptop era apenas um “brinquedo” que continha jogos educativos, com um design que aproveitou a inclusão digital que ganhou força no início dos anos 2000 e o interesse dos brasileiros neste formato. Isso ocorreu em outras frentes, como a iniciativa do SBT e da Microsoft para trazer o famoso Computador do Milhão.
E este é o ponto da piada que virou tão popular nos dias atuais, que designa computadores ruins ou com especificações muito limitadas de PC da Xuxa. Ele sequer era um computador, o que deixa muitos usuários irritados ou pensativos sobre a situação de sua máquina.
Quanto custaria o PC da Xuxa hoje, com a inflação?
O PC da Xuxa foi lançado em 2004 e seguiu por alguns anos no mercado nacional. Em 2006, ele era vendido por a partir de R$ 79,99 — o valor mais baixo e antigo registrado na internet. Nesta época, o salário mínimo era de R$ 350 e o cartão de crédito já era uma opção viável para grande parte das famílias brasileiras.

Isso significa que o valor não era algo tão absurdo e estava dentro da possibilidade do público. Quase 20 anos depois, houveram muitas instabilidades econômicas e desafios geopolíticos — o que pode ter acrescentado este valor ao longo dos anos.
Baseado na Calculadora do Cidadão do Banco Central, que pega os valores e adiciona o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, estes R$ 79,99 em 2025 se tornariam R$ 288,05 — com índice de correção de 3,60106390 e um valor correspondente de 260,10%.
Com o salário mínimo em 2025 de R$ 1.518, é possível afirmar que hoje o PC da Xuxa pesaria menos no bolso do que na época de seu lançamento. Em 2006, ele representava 22% do salário do trabalhador, enquanto hoje essa porcentagem é ilustrada em 18%. O que seria excelente para muitos pais, diga-se de passagem.
Com R$ 288,05, o público poderia comprar eletrônicos como mouses e teclados aprimorados (modelos mecânicos, gamers etc.), um headset de qualidade e até mesmo um jogo para os consoles da atual geração — em determinadas promoções, lógico.
Desta forma, percebemos que o PC da Xuxa, como brinquedo, continuaria sendo uma excelente forma de ensinar os baixinhos. O produto caiu em desuso por conta da ascensão de atividades do gênero em smartphones ou tablets, mas se a sua produção fosse mantida, seria altamente recomendável — seja pelo aprendizado ou pelo seu preço.
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Fonte: Canaltech - Leia mais