O telescópio espacial James Webb ajudou astrônomos a criarem o mapa mais vasto do universo primordial já produzido até o momento. O panorama cósmico foi desenvolvido através do COSMOS-Web, seu maior programa de observações, e revela uma área equivalente a três vezes o tamanho da Lua na fase cheia. A maior imagem contínua do levantamento foi publicada na quinta-feira (5) junto de um catálogo grátis e interativo, que detalha as características das galáxias ali.
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Para isso, foram necessárias mais de 10 mil exposições que, juntas, mostram quase 800 mil galáxias, sendo que muitas delas existiram quando o universo ainda estava em sua “infância”.
“Não sei se o James Webb vai cobrir uma área desse tamanho outra vez e, por isso, acho que vai ser uma boa referência e um bom conjunto de dados que as pessoas vão usar por muitos anos”, comentou a astrofísica Jeyhan Kartaltepe, principal pesquisadora do COSMOS.
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Em 2021, quando o Webb foi lançado, os quase 50 pesquisadores da equipe do COSMOS-Web receberam mais de 200 horas de observações. Eles usaram os recursos do poderoso telescópio para observar uma área ampla do céu, registrando 10 vezes mais galáxias que o esperado para uma época tão primordial do universo.
“Foi incrível revelar galáxias que estavam invisíveis em outros comprimentos de onda, e foi muito gratificante finalmente vê-las aparecendo nos nossos computadores”, comentou Maximilien Franco, coautor do levantamento.
Além do catálogo, a equipe do COSMOS-Web publicou também uma série de artigos científicos que explora os dados. Um deles foi disponibilizado no repositório arXiv e examina as galáxias mais brilhantes no centro dos grupos galácticos, investigando como a estrutura e formação de estrelas nelas evoluíram juntas ao longo dos últimos 12 bilhões de anos.

Em outro artigo também disponível no arXiv, os pesquisadores testaram uma técnica de machine learning para estimar as propriedades físicas das galáxias nos dados, bem como um método que mede o brilho de galáxias distantes com maior precisão. Finalmente, outros três estudos exploraram como os autores processaram os dados obtidos em meio às mais de 10 mil imagens capturadas.
Kartaltepe ficou surpresa com os resultados obtidos, e acredita que o catálogo tem potencial enorme. “A realidade foi melhor no fim, conseguimos ir mais fundo do que o esperado”, observou. “Ainda há muito que não sabemos”, finalizou.
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