Imagine comprar todas as peças do seu novo PC gamer e, na hora da montagem, descobrir que o processador não encaixa no socket, ou a memória RAM não entra no slot? Isso pode acontecer sem planejamento e esses são somente dois de vários exemplos que podemos tirar quando se trata de erros na hora de montar uma máquina para jogos.
Baseado em discussões que vemos em diferentes comunidades, especialmente aquelas sobre vendas e trocas de componentes de PCs, o Canaltech resolveu listar 6 erros fatais na hora de montar um PC para jogos. Falamos aqui sobre o mau planejamento na hora de escolher as peças, não pensar em upgrades futuros, adoção de novas tecnologias de ponta na hora do lançamento e mais.
1. Subestimar o planejamento e ignorar seu perfil de uso
É sempre preciso ter em mente qual será o uso do PC gamer antes de começar a montá-lo. Pretende jogar jogos competitivos ou que ter a melhor experiência em jogos AAA possível? A máquina será só para jogos ou também pretende trabalhar nela? Essas, entre outras perguntas, devem ser respondidas no período de planejamento para as escolhas serem acertadas.
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Caso você não tenha essas questões bem alinhadas, pode acabar errando na escolha das peças. Você pode acabar gastando muito dinheiro montando um PC que roda jogos AAA em altas resoluções, mas quer jogar títulos competitivos que precisam de uma máquina menos parruda, por exemplo. E o inverso também pode acontecer.
Saiba seu perfil de uso, olhe para o seu orçamento, pesquise bem quais as peças que se encaixam nessas questões para, então, partir para a compra.
2. Não pensar em upgrades futuros
Uma das maiores vantagens em relação aos consoles é a possibilidade de ir melhorando a configuração do seu PC gamer. Porém esse benefício só pode ser desfrutado se a montagem contemplar a possibilidade de upgrade. Uma das principais peças que permitem melhorias com o tempo é a placa-mãe.
Esse componente vai te dizer até qual processador você consegue ter, não só em relação à geração compatível, mas também o nível de desempenho. Isso porque um modelo com chipset de entrada não é indicado para uma CPU high-end, mas uma placa-mãe com chipset melhor, mesmo comportando um processador mais simples no começo, dá margem para bom upgrade no futuro.

Temos exemplos práticos em termos de socket. A AMD está com a plataforma AM5 atualmente, que já conta com três gerações de CPUs Ryzen e ainda deve receber mais umas duas. Já a Intel está descontinuando o novo socket LGA-1851 dos Intel Core 200 com a próxima geração, segundo rumores. E conhecendo o Time Azul, é bem provável que isso aconteça. Portanto, escolha bem.
A fonte é outro componente importante nesse aspecto. Caso comece com uma fonte que suporte a configuração atual, não conseguirá fazer qualquer upgrade no futuro, principalmente de placa de vídeo, componente que mais exige energia em um PC gamer.
3. Cair na armadilha do “early adopter” de hardware de ponta
É bem empolgante ser um early adopter, aquela pessoa que abraça uma nova tecnologia, que ainda não está madura, logo de cara. Existe aquela sensação boa de ter algo novinho em folha, mas existe um perigo aí. O primeiro deles é a possibilidade de problemas físicos, como aconteceu com as CPUs Intel Raptor Lake, que simplesmente que paravam de funcionar, e também com as RTX 5080, faltando parte das especificações.
Essas questões são resolvidas com remessas seguintes, por isso comprar na hora que sai, não é o ideal. Fora a probabilidade de defeitos virtuais, como em drivers. Isso tem sido um terror recente para a NVIDIA e os vários problemas com os drivers para as atuais placas de vídeo da série RTX 50. Enquanto escrevo esse artigo, estou tentando jogar Elden Ring Nightreign em uma RTX 5070, mas não consigo com o driver mais recente. Ao instalar um mais antigo, consigo rodar o game, mas agora as métricas não mostram mais a temperatura certa da GPU, um exemplo.
Sem contar o custo dessas tecnologias novas. Assim que elas chegam, passíveis de todos esses problemas, existe a inda o preço inflacionado, mais ainda atualmente com a crise econômica mundial pela qual passamos. Considere dar uma olhada em modelos de gerações anteriores, que já estão mais maduros e podem não dar esse tipo de dor de cabeça.

4. Desprezar a eficiência energética e a importância do resfriamento
Tirando os chips entusiastas, que quase não tem limite em termos de consumo de energia, os segmentos abaixo oferecem modelos que conseguem ser eficientes. E ainda dá para aumentar ainda mais essa eficiência se você já tiver o planejamento bem traçado para o seu PC gamer de acordo com seu uso. Assim, conseguirá escolher peças que entregam bom desempenho, mas não necessariamente exigem tudo da fonte.
E falando em energia, isso está diretamente ligado ao aquecimento dos componentes e, consequentemente, de todo o PC. Por isso, considere um bom sistema de refrigeração para o processador, principalmente caso opte por um modelo de mais desempenho por necessidade. Placas de vídeo com bom design que trazem a vantagem de manter as temperaturas baixas também são bem-vindas. Além de um gabinete que consiga manter um bom fluxo de ar, trocando o ar quente pelo frio constantemente.
Caso ignore essas questões, seu PC gamer estará sujeito ao thermal throttling, que é a queda de desempenho de um componente ao diminuir as frequências para controlar as altas temperaturas.
5. Comprar componentes em momentos diferentes
A graça de montar um PC gamer, é que você realmente faz do jeito que quer, é algo totalmente customizável. Mas como já abordamos aqui, os riscos sempre existem. Um exemplo é a compra de cada componente em um período de tempo espaçado. Entendemos que o brasileiro é mestre em buscar promoções para economizar, e um montar um PC de uma vez não é uma realidade para todos.
O problema dessa abordagem é que existe a chance de causar um desiquilíbrio na configuração do PC montado. Por exemplo: você viu o processador X em promoção, por um preço muito bom, e decidiu comprá-lo. Mas você não sabe quando conseguirá comprar a placa-mãe. E se essa CPU é o popular Ryzen 5 5600X, que precisa de uma placa-mãe AM4, socket que começou a sair de linha atualmente?
A saída seria comprar uma placa usada, ou vender o processador. Temos vários outros exemplos que seguem essa linha em se tratando do restante dos componentes de um PC gamer. Entende a problemática sobre isso? O ideal é ir juntando dinheiro para, pelo menos, comprar um kit com placa-mãe, CPU e memória RAM. Assim, o básico da configuração já estará pronto.

6. Não saber dimensionar componentes-chave
Por último, mas não menos importante, precisamos falar do gargalo. Não saber dimensionar as peças vai levar ao problema de gargalo em seu PC gamer. Entenda: algum nível de gargalo sempre vai existir entre os componentes, mas com o dimensionamento adequado, ele é tão minimizado, que nem sentimos.
Porém, escolhendo a combinação errada de peças, o gargalo será o suficiente para derrubar o desempenho nos jogos, e se você não estiver ciente, pensará que isso é o normal, mas não é. Existem diferentes tipos de gargalos e eles acontecem entre diferentes componentes.
Os mais comuns são processadores fracos para placas de vídeo mais fortes e vice-versa; armazenamento com HDD, que são bem lentos para os padrões de hoje, sendo necessário um SSD SATA, no mínimo; sistema com pouca memória RAM; fonte operando no limite de sua capacidade; cooler simples para um processador mais exigente, entre outros exemplos.
Conclusão
Mesmo que você tenha dinheiro para ter um PC gamer entusiasta, é necessário tomar cuidado com a escolha dos componentes, já que alguns desses problemas podem acontecer. Esses são os principais erros quando falamos do planejamento na hora de idealizar sua máquina, mas existem ainda outros que podem acabar atrapalhando.
Portanto, tenha em mente a busca por conhecimento nesse sentido, conhecendo as peças para elaborar a melhor combinação possível que atenda às suas necessidades. Isso diminuirá as possíveis dores de cabeça e até vai gerar uma certa economia. Afinal, ter o que quer e ainda conseguir economizar, não é nada mal.
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Fonte: Canaltech - Leia mais