Nos últimos anos, vimos crescer de forma descontrolada a quantidade de ferramentas de segurança adotadas pelas organizações. Em uma tentativa legítima de proteger seus ambientes, muitas empresas empilharam soluções pontuais — para vulnerabilidades, endpoints, cloud, identidades, aplicações — até chegarem ao ponto de operar com dezenas, às vezes mais de uma centena, de sistemas isolados. O que era para ser uma resposta à complexidade virou parte do problema.
Esse fenômeno, conhecido como sprawl de ferramentas de segurança, compromete a eficiência operacional, dificulta a visibilidade e enfraquece a tomada de decisão. As equipes gastam tempo demais conciliando planilhas, cruzando dados desconectados e lutando para responder perguntas básicas como: “Onde estamos mais expostos?” ou “Quais riscos realmente importam agora?”.
É nesse contexto que a gestão de exposição cibernética (Exposure Management) surge como uma abordagem transformadora. Não se trata apenas de mais uma solução, mas de um novo modelo mental: centralizar, correlacionar e priorizar dados de segurança para agir com foco no que realmente representa risco para o negócio.
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De silos operacionais a decisões baseadas em risco
O principal inimigo da eficácia em segurança hoje não é a ausência de tecnologia — é o excesso mal coordenado. Quando cada ferramenta opera isoladamente, surgem lacunas críticas: sobreposição de funções, baixa interoperabilidade, ruído informacional e falta de contexto. Como consequência, as equipes operacionais perdem tempo precioso com tarefas manuais e decisões mal-informadas.
A gestão de exposição atua justamente na costura desse ecossistema fragmentado. Plataformas modernas são capazes de ingressar dados de diversas fontes, deduplicar informações, normalizar indicadores e aplicar critérios consistentes de priorização com base em risco real. O resultado é uma visão contínua, integrada e contextualizada da superfície de ataque.
Eficiência, clareza e retorno sobre o investimento
Três pontos tornam a gestão de exposição particularmente valiosa para tomadores de
decisão:
- Eficiência operacional – Ao consolidar fluxos de trabalho e eliminar tarefas repetitivas entre ferramentas redundantes, as equipes ganham tempo e foco.
- Clareza estratégica – A centralização de dados permite respostas rápidas a perguntas críticas da liderança e auditorias.
- Maximização do ROI – Com uma visão integrada, fica mais fácil identificar lacunas, sobreposições e oportunidades de racionalização no parque tecnológico de segurança.
O famoso princípio de Peter Drucker continua válido: “Você não pode gerenciar o que não pode medir.” E a verdade é que, sem expor claramente onde estão os riscos, nenhuma ferramenta isolada — por mais avançada que seja — pode garantir proteção eficaz.
Um chamado à ação para líderes de segurança
Gestão de exposição não é tendência: é maturidade. Ela representa o passo natural para empresas que já investiram em diversas ferramentas, mas agora precisam fazer mais com menos — e melhor.
A pergunta que deixo para líderes de segurança e tecnologia é simples: quantas das ferramentas que sua organização adquiriu realmente entregam valor mensurável hoje? E, mais importante, você tem visibilidade suficiente para saber?
Se a resposta for “não, talvez, acho”, esta é a hora de repensar a estratégia. A integração orientada por risco proposta pela gestão de exposição pode ser o elo perdido entre complexidade tecnológica e efetividade operacional.
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