Ao apresentar o Magic7 Lite como seu novo celular intermediário, a Honor reforçou seus objetivos de tratar a linha com cautela. Afinal, as evoluções em relação ao antecessor podem ser consideradas sutis, com exceção do aumento na capacidade de bateria. Será que isso é suficiente para fazer com que o modelo seja uma boa compra? O Canaltech conta para você.
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Prós
- Bateria de longa duração
- Tela brilhante e agradável
- Interface MagicOS bonita
Contras
- Câmeras pouco versáteis
- Processador antigo
- Preço de lançamento alto
Bateria impressionante
Quando se olha para a ficha técnica do Honor Magic7 Lite, a bateria é certamente o aspecto que mais chama a atenção. Afinal, a capacidade dele é de 6.600 mAh, que representa um salto significativo em relação aos já impressionantes 5.800 mAh da geração anterior.
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Isso é possível por conta da adoção da tecnologia de silício-carbono, que tem sido cada vez mais presente em aparelhos de marcas chinesas, inclusive no segmento de intermediários. Portanto, é uma vantagem clara do Magic7 Lite em relação a rivais da linha Galaxy A, da Samsung.
Dentro dos testes padronizados do Canaltech, que incluem o uso de redes sociais, alguns jogos e aplicativos de mensagem, o smartphone da Honor consumiu apenas 15% de bateria em 6 horas de uso intenso.
Portanto, isso se reflete em uma autonomia extremamente alta de 40 horas — a maior vista em celulares testados em 2025.

Além disso, o smartphone ganhou suporte para recargas rápidas de 66 W, mais rápidas que os 35 W da geração anterior. Na prática, isso significa que é possível retomar toda a energia em questão de minutos, uma praticidade extra.
Portanto, o Honor Magic7 Lite é o celular feito para quem precisa ficar longe da tomada por muito tempo, sem grandes preocupações.
“”A bateria gigante do Honor Magic7 Lite é uma clara vantagem em relação aos rivais””
Câmeras simples demais
Se a bateria é o ponto alto do Magic7 Lite, o conjunto de câmeras apresenta algumas de suas principais falhas. Afinal, o celular traz apenas o sensor de 108 MP como uma opção viável para tirar fotos na parte traseira.
Com a configuração que o aparelho traz de fábrica, o Magic7 Lite parece tirar fotos um pouco mais escuras do que o necessário.

Em diversos casos, a perda de detalhes nas sombras é perceptível, especialmente quando se tratam de enquadramentos com extremos entre seções com maior ou menor iluminação.
Além disso, os resultados obtidos pelo Magic7 Lite possuem um pós-processamento bem mais “leve” que o visto em celulares de empresas como a Samsung ou Motorola.
Isso pode ser considerado como algo bom para algumas pessoas, já que algumas fotos tiradas com smartphones das marcas rivais podem sair com cores muito exageradas.
Uma surpresa positiva na parte de câmeras foi o modo noturno, no qual os resultados saíram com qualidade satisfatória em grande parte das tentativas.
Neste caso as fotos são apresentadas com um nível adequado de exposição e cores, sem grandes “malabarismos” para obter a imagem certa, dentro das limitações.
Já a câmera ultrawide, de 5 MP, está ali quase como uma obrigação. Seus resultados são bastante inferiores em comparação com o sensor principal, especialmente em situações mais desafiadoras de contraluz, por exemplo.

A gravação de vídeos não teve grandes evoluções. Enquanto a câmera traseira até oferece algum nível de estabilização, essa compensação ainda é feita de forma pouco natural, deixando o vídeo com um efeito de “gelatina tremendo”. Na câmera frontal, a estabilização é praticamente inexistente.
A ausência de uma câmera teleobjetiva e a simplicidade da ultrawide comprometem a versatilidade do conjunto de câmeras. Na prática, o aparelho não oferece boas alternativas para capturar uma imagem com um pouco mais de zoom, e também se torna um problema conseguir qualidade em fotos com ângulos mais abertos.
O sensor frontal tem 16 MP e entrega resultados satisfatórios, mas em alguns casos é necessário tirar duas ou três fotos para extrair o máximo potencial dele.




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“”O sistema de câmeras é simples demais para um celular desse nível, o que pode ser frustrante para algumas pessoas””
Hardware defasado
O Magic7 Lite tem o mesmo processador Snapdragon 6 Gen 1 da geração anterior, o que reafirma a cautela da empresa em relação ao lançamento deste smartphone. O chip foi apresentado pela Qualcomm em 2022, e desde então já ganhou o Gen 3 como uma geração mais recente.
A variante testada pelo Canaltech tem 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento interno, o que dá um fôlego extra no dia a dia — afinal, trata-se de uma configuração típica de aparelhos mais avançados dentro do segmento intermediário.

Por isso, o Magic7 Lite não apresentou grandes problemas no uso rotineiro, e também não sofreu tanto na hora de rodar jogos. Mesmo assim, será necessário abaixar as configurações gráficas em títulos mais pesados.
Todo o período de testes foi concluído sem grandes falhas de desempenho.
A alternância entre aplicativos se mostrou eficiente para o segmento, e foram percebidos no máximo alguns pequenos travamentos na inicialização de jogos — nada muito longe do que é esperado de um dispositivo deste patamar.
No teste do AnTuTu, o Magic7 Lite chegou a 576.799 pontos, e por isso sofre claramente com o gargalo do processador mais antigo.
O OPPO Reno 13 F, que tem o mesmo Snapdragon 6 Gen 1, ficou acima do Honor ao apresentar uma pontuação geral de 599.181.
Tela, design e interface
No aspecto de tela, a Honor melhorou o que já era bom. O painel AMOLED apresenta a evolução para os 4.000 nits de brilho máximo como principal melhoria em relação ao antecessor, que era limitado a 1.200 nits.
Isso pode ser percebido facilmente no uso cotidiano. As informações contidas no display são vistas com muita clareza, mesmo debaixo do sol e com o sistema em modo escuro. Não há do que reclamar neste aspecto.

Além disso, o alto brilho também ajuda na visualização de conteúdos como vídeos, filmes e séries, que também aparecem bastante bonitos no display.
A alta resolução de 2.700 x 1.224 pixels (maior que o Full HD) também ajuda a elevar a qualidade do painel AMOLED de 6,78 polegadas, que ainda tem bordas curvadas para dar a impressão de “tela infinita”.
O painel também se mostra bastante integrado ao sistema, já que seu recorte frontal em formato de pílula é revestido por notificações interativas quando está tocando música ou chegam notificações específicas — bem ao estilo Ilha Dinâmica, da Apple.
Em geral, todo o sistema MagicOS dá uma impressão visual muito próxima do iOS, da Apple, especialmente em ícones e outros elementos visuais.
Isso pode ser percebido como um ponto positivo, já que a parte de software pareceu ser bem acabada — ainda que as aplicações de inteligência artificial sejam relativamente tímidas.

Na parte traseira, o design do Magic7 Lite manteve o gigante módulo de câmeras, que não é mais vazado na parte central, como no modelo anterior. Embora seja uma questão totalmente subjetiva, o antecessor parecia mais agradável aos olhos.
Concorrentes diretos
O Honor Magic7 Lite se encaixa em uma categoria de celulares intermediários, que tem alta quantidade de modelos disponíveis para compra no mercado nacional.
Entre as opções oferecidas pelas marcas que mais se destacam no cenário nacional estão o Samsung Galaxy A36, e o Motorola Edge 60 Fusion, entre outros.
Ambas as opções citadas são vendidas no mercado brasileiro por preços mais baixos que os inacreditáveis R$ 4.599 cobrados pela Honor pelo Magic7 Lite no país.
Quando perguntado sobre o tema, o diretor de Operações da Honor no Brasil, Eduardo Garcia, disse que o Magic7 Lite é um produto “high-end mais acessível”.
Tanto o Samsung quanto o Motorola se aproveitam de redes de assistência técnica mais amplas e câmeras mais avançadas, embora tenham baterias menores.
Se a bateria for algo primordial para a decisão de compra, também vale a pena olhar o POCO X7 Pro, que traz capacidade de 6.000 mAh.
O modelo da Xiaomi ainda tem recargas mais rápidas e performance bastante superior com um processador MediaTek Dimensity 8400 Ultra, além de custar perto de metade do preço.
Vale a pena comprar o Honor Magic7 Lite?
Pelo preço de lançamento, não. Cobrar R$ 4.599 pelo Magic7 Lite é uma decisão completamente incompatível com a realidade do mercado.
Por si só, a bateria gigante não chega nem perto de justificar a compra de um aparelho com processador tão defasado e câmeras inexpressivas.
Mesmo que o preço seja eventualmente cortado pela metade, o suposto preço de R$ 2.300 ainda seria excessivo para o que o smartphone oferece. Para valer a pena, o Magic7 Lite precisa custar algo perto ou abaixo dos R$ 2 mil.
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Fonte: Canaltech - Leia mais