Pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia, afirmam ter criado uma bateria elástica com textura semelhante à de uma pasta de dente, capaz de alimentar novos tipos de dispositivos vestíveis. Os resultados da pesquisa foram publicados em abril na revista Science Advances.
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A criação desse novo tipo de bateria surge como uma alternativa aos modelos tradicionais, que enfrentam um dilema entre tamanho, flexibilidade e potência. Segundo os cientistas, a novidade pode reter e conduzir cargas positivas e negativas para alimentar diversos tipos de dispositivos.
“A textura é um pouco parecida com a de pasta de dente. O material pode, por exemplo, ser usado em uma impressora 3D para moldar a bateria como você quiser. Isso abre caminho para um novo tipo de tecnologia“, destacou Aiman Rahmanudin, professor assistente da Universidade de Linköping, em comunicado.
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Produção com material orgânico
Os pesquisadores da universidade sueca reinventaram os ingredientes ativos que compõem uma bateria e utilizaram lignina modificada — um material orgânico — para produzir os cátodos (eletrodos que atraem cargas positivas) e ânodos (eletrodos que atraem cargas negativas).
Já as conexões e terminais que fazem parte do dispositivo ainda são metálicos, mas são feitos de nanofios de nanografite e prata. Esses materiais são pequenos o suficiente para permanecerem flexíveis junto com o restante da bateria.
Como resultado, os cientistas obtiveram uma bateria que atua de maneira semelhante a um balão d’água, mantendo seu formato e retendo uma grande quantidade de material, ao mesmo tempo em que permanece flexível.
“As baterias são o maior componente de todos os eletrônicos. Hoje, elas são sólidas e bastante volumosas. Mas, com uma bateria macia e adaptável, não há limitações de design. Ela pode ser integrada aos eletrônicos de uma maneira completamente diferente e adaptada ao usuário”, ressaltou Rahmanudin.

Aumento da voltagem elétrica
Os autores do estudo destacam que a bateria elástica pode ser recarregada e descarregada mais de 500 vezes, mantendo seu desempenho. Ela também pode ser esticada até o dobro do comprimento e continuar funcionando com a mesma eficiência.
Contudo, segundo Aiman Rahmanudin, “a bateria não é perfeita”. O próximo passo é analisar o uso de outros compostos químicos para aumentar a voltagem do dispositivo, que atualmente é de 0,9 volt.
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