Entre os 69 países analisados no Anuário de Competitividade do IMD, em parceria com o Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC), o Brasil avançou para a 58ª posição em 2025, superando a 62° colocação registrada no ano passado e alcançando seu melhor despenho desde 2021. O resultado reflete avanços em algumas áreas como desempenho econômico-industrial e eficiência empresarial e um salto na massa de salários devido a melhoria do pleno emprego.
No entanto, segundo Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais, apesar de crescimentos percentuais em alguns segmentos, o país deveria fazer investimento estrutural de longo prazo com um horizonte de 5 anos.
Visão geral do Ranking de Competitividade
Posição | País | Posição por fator | |||
Performance econômica | Eficiência governamental | Eficiência empresarial | Infraestrutura | ||
1º | Suíça | 13° | 1° | 6° | 1° |
2º | Singapura | 1° | 3° | 8° | 6° |
3º | Hong Kong | 6° | 2° | 2° | 7° |
4º | Dinamarca | 15° | 6° | 1° | 2° |
5º | Emirados Árabes Unidos | 2° | 4° | 3° | 23° |
6º | Taiwan | 10° | 8° | 4° | 10° |
7º | Irlanda | 9° | 5° | 11° | 17° |
8º | Suécia | 20° | 9° | 9° | 3° |
9º | Qatar | 7° | 7° | 5° | 30° |
10º | Países Baixos | 19° | 12° | 7° | 9° |
58º | Brasil | 30° | 68° | 56° | 58° |
59º | Botswana | 69° | 41° | 48° | 59° |
60º | Peru | 47° | 59° | 60° | 63° |
61º | Gana | 66° | 49° | 49° | 67° |
62º | Argentina | 64° | 67° | 58° | 54° |
63º | Eslováquia | 60° | 64° | 68° | 50° |
64º | África do Sul | 63° | 63° | 57° | 62° |
65º | Mongólia | 55° | 61° | 65° | 66° |
66º | Turquia | 45° | 66° | 69° | 55° |
67º | Nigéria | 61° | 57° | 59° | 68° |
68° | Namíbia | 67° | 55° | 63° | 65° |
69° | Venezuela | 68° | 69° | 62° | 69° |
Fonte: adaptado de IMD World Competitiveness Ranking 2025
A Suíça assumiu a liderança do Ranking Mundial de Competitividade do IMD em 2025, subindo da 2ª posição no ano anterior. Em seguida, aparecem Singapura (2º) que manteve a liderança em performance econômica e Hong Kong (3º), com avanços em eficiência empresarial e institucional. Dinamarca (4º) e Emirados Árabes Unidos (5º) completam o top 5.
Nas últimas posições estão Venezuela (69º), Namíbia (68º), Nigéria (67º), Turquia (66º), Mongólia (65º) e África do Sul (64º). Esses países continuam enfrentando questões como instabilidade institucional, baixa integração econômica e infraestrutura precária.
Entre os países europeus com pior desempenho, está a Eslováquia (63º), que continua enfrentando entraves regulatórios e institucionais.
No continente asiático, Singapura, Hong Kong e Taiwan (6º) consolidam a liderança regional, mantendo presença no top 10 com elevado desempenho em tecnologia, governança e integração internacional. Já a Mongólia (64º) figura entre as piores posições, refletindo os desafios em estabilidade macroeconômica e infraestrutura.
De forma resumida, o anuário reforça a forte presença de países da Ásia e Europa nas primeiras colocações do ranking, refletindo estratégias bem-sucedidas de longo prazo em educação, inovação e governança. Por outro lado, economias da América do Sul e África continuam predominantemente nas posições mais baixas, evidenciando a necessidade de reformas estruturais profundas para avançar em competitividade global.
Evolução histórica dos dez últimos anos
Fonte: adaptado de IMD World Competitiveness Ranking
Nos últimos anos, observa-se uma certa constância nos países líderes, com a ascensão gradual de algumas economias. A Suíça manteve um desempenho estável, disputando as primeiras posições principalmente devido à forte base em inovação, educação de excelência e um ambiente propício aos negócios, sustentado por políticas consistentes e estabilidade institucional. Singapura e Hong Kong também permaneceram no topo ao longo da década, com destaque para o ambiente de negócios eficiente, os investimentos em infraestrutura digital e políticas públicas voltadas à inovação.
A Dinamarca apresentou um crescimento consistente, subindo da 8ª posição em 2015 para a 4ª em 2025, impulsionada pela digitalização do setor público e pela consolidação de ecossistemas colaborativos de inovação. Já os Emirados Árabes Unidos e Taiwan foram dois dos países que mais subiram no ranking, resultado de estratégias de diversificação econômica e investimentos robustos em tecnologia e educação.
Irlanda, Suécia e Qatar demonstraram avanços relevantes, especialmente em políticas voltadas à atração de empresas e à modernização tecnológica. Os Países Baixos conseguiram consolidar sua posição entre os dez primeiros nos últimos anos, especialmente por logística e infraestrutura de ponta, ambiente de negócios eficiente e altamente digitalizado, com um grande ecossistema de startups.
Destaques positivos dos primeiros colocados
1 | Abertura para o comércio internacional e investimento estrangeiro | |
2 | Baixa carga tributária e simplificação de impostos | |
3 | Regras claras para fazer negócios e estabilidade legal | |
4 | Forte geração e transferência de conhecimento | |
5 | Plano estratégico de nação e visão de longo prazo para o desenvolvimento, impactando o IDH |
Ao comparar esse cenário com a trajetória brasileira no gráfico abaixo, observa-se uma década marcada por oscilações em posições mais baixas, com momentos de queda acentuada e leves recuperações. Após seu pior desempenho em 2024, reflexo de desafios conjunturais em infraestrutura, produtividade, ambiente regulatório e governança, o Brasil conseguiu subir para 58ª posição esse ano, impulsionado por uma leve melhora na performance econômica. Essa recuperação sinaliza uma oportunidade que dever ser aproveitada. Dessa forma, esse panorama evidencia que a competitividade não depende apenas de fatores econômicos tradicionais, mas também de estratégias de longo prazo em educação, inovação, governança digital e sustentabilidade.
Brasil
O Brasil apresentou alguns destaques positivos em 2025, como o fluxo de investimento direto estrangeiro (5º), crescimento de longo prazo de emprego (7º), subsídios governamentais (6º), total de atividade empreendedora (8º) e energias renováveis (5º).
Por outro lado, as exportações de serviços comerciais (67%), a mão de obra qualificada (68º), a educação primária e secundária (69º), as habilidades linguísticas (69º) e a dívida corporativa (68º) figuram entre os principais indicadores de desempenho do Brasil no ano de 2025.
Veja também ABES apresenta proposta para um Brasil mais Digital e menos desigual
Na tabela abaixo, é possível observar o cenário brasileiro e identificar quais indicadores contribuíram para o desempenho do país:
Posição por subfatores e indicadores de competitividade do Brasil em relação ao mundo | |||||||
PERFORMANCE ECONÔMICA | 30º | EFICIÊNCIA GOVERNAMENTAL | 68º | EFICIÊNCIA EMPRESARIAL | 56º | INFRAESTRUTURA | 58º |
Pontos fortes | Ranking | Pontos fortes | Ranking | Pontos fortes | Ranking | Pontos fortes | Ranking |
Fluxo de investimento direto estrangeiro (US$ bilhões) | 5° | Subsídios governamentais | 5° | Total de atividade empreendedora em estágio inicial | 8° | Energias renováveis (%) |
5° |
Crescimento de longo prazo de emprego | 7° | Viés da mídia | 16° | Salário-mínimo | 13° | Taxa de dependência | 13° |
Formação bruta de capital fixo – Crescimento real | 11° | Renda disponível para consumo | 21° | Níveis de compensação | 14° | Custo de telefonia móvel | 15° |
Estoque de investimento direto estrangeiro recebido
(US$ bilhões) |
13° | Imposto de renda pessoal arrecadado | 24° | Remuneração da gestão | 14° | Exportações de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação | 21° |
Índice dos termos de troca | 13° | Liberdade de passaporte | 24° | Mulheres em cargos de gestão | 20° | Exposição à poluição por partículas | 24° |
Fluxo de investimento direto no exterior
(US$ bilhões) |
13° | Receita tributária | 29° | Ativos do setor bancário | 25° | Gasto total em saúde | 26° |
Crescimento do PIB real per capita | 14° | Leis de imigração | 35° | Força de trabalho
(%) |
30° | Gasto público total em educação | 26° |
Crescimento do PIB real | 17° | Governo livremente eleito | 36° | Crescimento de longo prazo da força de trabalho | 32° | Acordos ambientais | 27° |
Preço da gasolina | 18° | Estabilidade da taxa de câmbio | 37° | Satisfação do cliente | 32° | Índice de cobertura universal de saúde | 35° |
Fluxo de investimento direto estrangeiro (% do PIB) | 19° | Força de trabalho feminina | 47° | Velocidade da banda larga de internet | 35° | ||
Pontos fracos | Ranking | Pontos fracos | Ranking | Pontos fracos | Ranking | Pontos fracos | Ranking |
Exportações de serviços comerciais | 67° | Custo de capital | 69° | Dívida corporativa | 68° | Habilidades linguísticas | 69° |
Receitas de turismo | 66° | Protecionismo | 68° | Mão de obra qualificada | 68° | Educação primária e secundária | 68° |
Proporção Comércio-PIB | 65° | Finanças públicas | 67° | Sistema de valores | 68° | Educação em gestão | 67° |
Exportações de bens
(%) |
61° | Legislação trabalhista relacionada ao desemprego | 67° | Produtividade da força de trabalho | 67° | Educação universitária | 67° |
Formação bruta de capital fixo
(%) |
59° | Adaptabilidade das políticas governamentais | 67° | Necessidade de reformas econômicas e sociais | 67° | Distribuição de infraestrutura | 67° |
Saldo da conta corrente | 57° | Financiamento da previdência | 66° | Gestores seniores competentes | 66° | Transferência de conhecimento | 65° |
Ameaças de realocação de empresas | 56° | Subsídios | 66° | Habilidades financeiras | 65° | Gestão de cidades | 64° |
PIB (Paridade do Poder de Compra) per capita | 55° | Marco regulatório e legal | 66° | Crédito | 64° | Qualidade de vida | 63° |
Inflação ao consumidor | 55° | Barreiras tarifárias | 65° | Imagem ou branding no exterior | 64° | Financiamento para desenvolvimento tecnológico | 62° |
PIB per capita | 54° | Coesão social | 65° | Venture capital | 64° | Mobilidade estudantil internacional recebida | 61° |
A Suíça assumiu a liderança do Ranking Mundial de Competitividade do IMD em 2025, subindo da 2ª posição no ano anterior. Em seguida, aparecem Singapura (2º) que manteve a liderança em performance econômica e Hong Kong (3º), com avanços em eficiência empresarial e institucional. Dinamarca (4º) e Emirados Árabes Unidos (5º) completam o top 5.
Nas últimas posições estão Venezuela (69º), Namíbia (68º), Nigéria (67º), Turquia (66º), Mongólia (65º) e África do Sul (64º). Esses países continuam enfrentando questões como instabilidade institucional, baixa integração econômica e infraestrutura precária.
Entre os países europeus com pior desempenho, está a Eslováquia (63º), que continua enfrentando entraves regulatórios e institucionais.
No continente asiático, Singapura, Hong Kong e Taiwan (6º) consolidam a liderança regional, mantendo presença no top 10 com elevado desempenho em tecnologia, governança e integração internacional. Já a Mongólia (64º) figura entre as piores posições, refletindo os desafios em estabilidade macroeconômica e infraestrutura.
De forma resumida, o anuário reforça a forte presença de países da Ásia e Europa nas primeiras colocações do ranking, refletindo estratégias bem-sucedidas de longo prazo em educação, inovação e governança. Por outro lado, economias da América do Sul e África continuam predominantemente nas posições mais baixas, evidenciando a necessidade de reformas estruturais profundas para avançar em competitividade global.
Evolução histórica dos dez últimos anos
Fonte: adaptado de IMD World Competitiveness Ranking
Nos últimos anos, observa-se uma certa constância nos países líderes, com a ascensão gradual de algumas economias. A Suíça manteve um desempenho estável, disputando as primeiras posições principalmente devido à forte base em inovação, educação de excelência e um ambiente propício aos negócios, sustentado por políticas consistentes e estabilidade institucional. Singapura e Hong Kong também permaneceram no topo ao longo da década, com destaque para o ambiente de negócios eficiente, os investimentos em infraestrutura digital e políticas públicas voltadas à inovação.
A Dinamarca apresentou um crescimento consistente, subindo da 8ª posição em 2015 para a 4ª em 2025, impulsionada pela digitalização do setor público e pela consolidação de ecossistemas colaborativos de inovação. Já os Emirados Árabes Unidos e Taiwan foram dois dos países que mais subiram no ranking, resultado de estratégias de diversificação econômica e investimentos robustos em tecnologia e educação.
Irlanda, Suécia e Qatar demonstraram avanços relevantes, especialmente em políticas voltadas à atração de empresas e à modernização tecnológica. Os Países Baixos conseguiram consolidar sua posição entre os dez primeiros nos últimos anos, especialmente por logística e infraestrutura de ponta, ambiente de negócios eficiente e altamente digitalizado, com um grande ecossistema de startups.
Destaques positivos dos primeiros colocados
1 | Abertura para o comércio internacional e investimento estrangeiro | |
2 | Baixa carga tributária e simplificação de impostos | |
3 | Regras claras para fazer negócios e estabilidade legal | |
4 | Forte geração e transferência de conhecimento | |
5 | Plano estratégico de nação e visão de longo prazo para o desenvolvimento, impactando o IDH |
Ao comparar esse cenário com a trajetória brasileira no gráfico abaixo, observa-se uma década marcada por oscilações em posições mais baixas, com momentos de queda acentuada e leves recuperações. Após seu pior desempenho em 2024, reflexo de desafios conjunturais em infraestrutura, produtividade, ambiente regulatório e governança, o Brasil conseguiu subir para 58ª posição esse ano, impulsionado por uma leve melhora na performance econômica. Essa recuperação sinaliza uma oportunidade que dever ser aproveitada. Dessa forma, esse panorama evidencia que a competitividade não depende apenas de fatores econômicos tradicionais, mas também de estratégias de longo prazo em educação, inovação, governança digital e sustentabilidade.
Fonte: adaptado de IMD World Competitiveness Ranking
Brasil
O Brasil apresentou alguns destaques positivos em 2025, como o fluxo de investimento direto estrangeiro (5º), crescimento de longo prazo de emprego (7º), subsídios governamentais (6º), total de atividade empreendedora (8º) e energias renováveis (5º).
Por outro lado, as exportações de serviços comerciais (67%), a mão de obra qualificada (68º), a educação primária e secundária (69º), as habilidades linguísticas (69º) e a dívida corporativa (68º) figuram entre os principais indicadores de desempenho do Brasil no ano de 2025.
Na tabela abaixo, é possível observar o cenário brasileiro e identificar quais indicadores contribuíram para o desempenho do país:
Posição por subfatores e indicadores de competitividade do Brasil em relação ao mundo | |||||||
PERFORMANCE ECONÔMICA | 30º | EFICIÊNCIA GOVERNAMENTAL | 68º | EFICIÊNCIA EMPRESARIAL | 56º | INFRAESTRUTURA | 58º |
Pontos fortes | Ranking | Pontos fortes | Ranking | Pontos fortes | Ranking | Pontos fortes | Ranking |
Fluxo de investimento direto estrangeiro (US$ bilhões) | 5° | Subsídios governamentais | 5° | Total de atividade empreendedora em estágio inicial | 8° | Energias renováveis (%) |
5° |
Crescimento de longo prazo de emprego | 7° | Viés da mídia | 16° | Salário-mínimo | 13° | Taxa de dependência | 13° |
Formação bruta de capital fixo – Crescimento real | 11° | Renda disponível para consumo | 21° | Níveis de compensação | 14° | Custo de telefonia móvel | 15° |
Estoque de investimento direto estrangeiro recebido
(US$ bilhões) |
13° | Imposto de renda pessoal arrecadado | 24° | Remuneração da gestão | 14° | Exportações de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação | 21° |
Índice dos termos de troca | 13° | Liberdade de passaporte | 24° | Mulheres em cargos de gestão | 20° | Exposição à poluição por partículas | 24° |
Fluxo de investimento direto no exterior
(US$ bilhões) |
13° | Receita tributária | 29° | Ativos do setor bancário | 25° | Gasto total em saúde | 26° |
Crescimento do PIB real per capita | 14° | Leis de imigração | 35° | Força de trabalho
(%) |
30° | Gasto público total em educação | 26° |
Crescimento do PIB real | 17° | Governo livremente eleito | 36° | Crescimento de longo prazo da força de trabalho | 32° | Acordos ambientais | 27° |
Preço da gasolina | 18° | Estabilidade da taxa de câmbio | 37° | Satisfação do cliente | 32° | Índice de cobertura universal de saúde | 35° |
Fluxo de investimento direto estrangeiro (% do PIB) | 19° | Força de trabalho feminina | 47° | Velocidade da banda larga de internet | 35° | ||
Pontos fracos | Ranking | Pontos fracos | Ranking | Pontos fracos | Ranking | Pontos fracos | Ranking |
Exportações de serviços comerciais | 67° | Custo de capital | 69° | Dívida corporativa | 68° | Habilidades linguísticas | 69° |
Receitas de turismo | 66° | Protecionismo | 68° | Mão de obra qualificada | 68° | Educação primária e secundária | 68° |
Proporção Comércio-PIB | 65° | Finanças públicas | 67° | Sistema de valores | 68° | Educação em gestão | 67° |
Exportações de bens
(%) |
61° | Legislação trabalhista relacionada ao desemprego | 67° | Produtividade da força de trabalho | 67° | Educação universitária | 67° |
Formação bruta de capital fixo
(%) |
59° | Adaptabilidade das políticas governamentais | 67° | Necessidade de reformas econômicas e sociais | 67° | Distribuição de infraestrutura | 67° |
Saldo da conta corrente | 57° | Financiamento da previdência | 66° | Gestores seniores competentes | 66° | Transferência de conhecimento | 65° |
Ameaças de realocação de empresas | 56° | Subsídios | 66° | Habilidades financeiras | 65° | Gestão de cidades | 64° |
PIB (Paridade do Poder de Compra) per capita | 55° | Marco regulatório e legal | 66° | Crédito | 64° | Qualidade de vida | 63° |
Inflação ao consumidor | 55° | Barreiras tarifárias | 65° | Imagem ou branding no exterior | 64° | Financiamento para desenvolvimento tecnológico | 62° |
PIB per capita | 54° | Coesão social | 65° | Venture capital | 64° | Mobilidade estudantil internacional recebida | 61° |
Fonte: adaptado de IMD World Competitiveness Ranking 2025
Destaques positivos do Brasil
1 | Fluxo de investimento direto estrangeiro (5º) | |
2 | Crescimento de Longo Prazo de Emprego (7º) | |
3 | Subsídios Governamentais (5º) | |
4 | Total de atividade empreendedora em estágio inicial (8º) | |
5 | Energias Renováveis (5º) |
O Brasil se destacou especialmente no fator performance econômica, com destaque para o fluxo de investimento direto estrangeiro (5º), que se manteve na posição do ano anterior, crescimento de longo prazo de emprego (7º), que apesar de ter caído duas posições desde 2024 ainda figura entre os destaques positivos.
No âmbito governamental, o subfator subsídios governamentais apesar de apresentar uma queda (4º para 5º) figura no topo. O total de atividade empreendedora em estágio inicial subiu 4 posições, figurando em 8º. Por fim, em infraestrutura, o subfator de energias renováveis se manteve na posição de 2024, figurando positivamente.
O que ainda precisa ser resolvido?
Pontos de atenção
1 | Custo de capital e dívida corporativa | |
2 | Educação e habilidades linguísticas | |
3 | Mão de obra qualificada e produtividade da força de trabalho | |
4 | Abertura econômica e inserção internacional | |
5 | Ambiente regulatório |
Atenção 1: Custo de capital e dívida corporativa
O Brasil enfrenta desafios significativos no que diz respeito ao custo de capital e à dívida corporativa, fatores que impactam diretamente a competitividade do ambiente de negócios. O país ocupa a 68ª posição no indicador “Dívida Corporativa” e a 68ª posição em “Crédito”, ambos refletindo um cenário de acesso restrito e oneroso a financiamento para as empresas. Esses indicadores apontam para dificuldades na obtenção de recursos para investimentos, expansão e inovação, o que pode frear o desenvolvimento e a competitividade do setor privado.
Em contraste, países como a Suíça (1ª posição no ranking geral e 1ª em eficiência empresarial) se destacam por um ambiente financeiro robusto, com taxas de juros competitivas e amplo acesso a crédito para empresas. Este cenário favorável é resultado de políticas monetárias estáveis, inflação controlada e um sistema financeiro maduro e eficiente, que oferecem segurança e previsibilidade aos investidores. A capacidade de empresas suíças de acessarem capital a custos razoáveis e com menor endividamento permite maior flexibilidade para investimentos em pesquisa e desenvolvimento, expansão de negócios e adaptação a novas tecnologias, elementos cruciais para a competitividade global.
Para melhorar neste aspecto, o Brasil precisa implementar reformas que visem a redução das taxas de juros, a desburocratização do acesso ao crédito e o fortalecimento do mercado de capitais. É fundamental aprimorar o ambiente regulatório para atrair investimentos estrangeiros diretos e diversificar as fontes de financiamento para as empresas. A busca por maior estabilidade macroeconômica, com controle da inflação e disciplina fiscal, é essencial para gerar confiança e reduzir o custo do capital. Além disso, políticas que incentivem a reestruturação de dívidas e a oferta de linhas de crédito específicas para setores estratégicos podem impulsionar o crescimento e a inovação.
Atenção 2: Educação e habilidades linguísticas
Apesar de alguns avanços, o Brasil ainda demonstra fragilidades nas áreas de educação e habilidades linguísticas, aspectos cruciais para a formação de uma força de trabalho qualificada e adaptada às demandas do mercado global. O país figura na 68ª posição em “Habilidades Linguísticas” e na 68ª posição em “Educação primária e secundária”, evidenciando lacunas que podem comprometer a capacidade de inovação e a atração de investimentos. A qualidade da educação em todos os níveis e a proficiência em línguas estrangeiras são pilares para a inserção competitiva do país em um cenário globalizado.
Singapura, por outro lado, é um exemplo de excelência em educação e desenvolvimento de talentos, ocupando a 1ª posição em “Infraestrutura” e destacando-se consistentemente em indicadores de educação. O país investe massivamente em um sistema educacional de alta qualidade, com foco em habilidades do século XXI, como pensamento crítico, resolução de problemas e proficiência em inglês, que é uma das línguas oficiais. A integração entre academia e indústria, programas de treinamento contínuo e a valorização de professores contribuem para formar uma força de trabalho altamente capacitada e globalmente competitiva.
Para superar esses desafios, o Brasil precisa priorizar investimentos em educação básica de qualidade, com foco na melhoria do desempenho em disciplinas como matemática, ciências e português, e na promoção do ensino de inglês desde cedo. É fundamental reformular os currículos para que atendam às necessidades do mercado de trabalho e incorporem habilidades digitais e socioemocionais. Além disso, programas de capacitação e requalificação para adultos, em parceria com empresas e instituições de ensino, são essenciais para reduzir o gap de habilidades. Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento, e criar um ambiente que valorize o conhecimento e a inovação, são passos cruciais para o avanço da competitividade educacional.
Atenção 3: Mão de obra qualificada e produtividade da força de trabalho
Com o aquecimento do mercado, o Brasil atualmente está passando por uma escassez de mão de obra qualificada, refletida na penúltima posição (68º) do ranking nesse indicador. Essa carência impacta diretamente a produtividade da força de trabalho, que também ficou entre os mais mal colocados (67°). Esse cenário limita o crescimento das empresas brasileiras e compromete sua capacidade de inovar e se adaptar às transformações do mercado global.
Nesse contexto, a Dinamarca, que lidera o ranking em “Eficiência Empresarial”, é uma referência no desenvolvimento de capital humano. O país possui uma base educacional robusta, com programas de educação técnica, iniciativas de requalificação e um sistema que integra o ensino prático ao acadêmico. Além disso, há uma forte articulação entre empresas, governo e instituições de ensino, garantindo com que as habilidades desenvolvidas estejam alinhadas às demandas do setor produtivo.
Para que o Brasil possa melhorar nesses aspectos, são necessárias políticas voltadas à educação profissional e tecnológica, com a expansão e modernização dos cursos, priorizando as novas competências exigidas. Também é fundamental fomentar programas de requalificação (reskilling) e aprendizado contínuo (upskilling), que permitam que os trabalhadores se adaptem às transformações tecnológicas. Esses esforços, associados ao fortalecimento de parcerias entre o setor público, setor privado e instituições de ensino, podem ajudar a elevar os níveis de produtividade e a competividade brasileira.
Atenção 4: Abertura econômica e inserção internacional
Apesar da significativa melhora do Brasil no fator “Performance Econômica”, o país ainda enfrenta desafios significativos na integração ao comércio internacional, em comparação com outros países. Nesse sentido, o país ficou em posições baixas em “Exportações de serviços comerciais” (67°), “Receitas de turismo” (66°) e na “Proporção Comércio-PIB” (65°), evidenciando uma economia ainda relativamente fechada ao mercado global.
Por outro lado, Singapura, ocupa o 2° lugar no ranking geral e o 1° lugar em “Performance Econômica”, sendo reconhecida como uma das economias mais abertas e conectadas do mundo. O país se destaca pela diversificação de parceiros e de produtos exportados, principalmente nos setores de alta tecnologia, e por ser um dos principais polos marítimos mundiais, com portos altamente eficientes, localização estratégia e uma frota robusta de embarcações próprias. Além disso, o ambiente regulatório é simplificado, ágil e fortemente digitalizado, acelerando processos e reduzindo custos. Nesse sentido, Singapura é um exemplo de como políticas comerciais estratégicas, associadas com infraestrutura moderna e ambiente regulatório eficiente, podem impulsionar a competitividade internacional.
Para avançar nesse aspecto, o Brasil precisa adotar medidas estratégicas que fortaleçam sua inserção internacional e promovam a competitividade a longo prazo. Entre elas, destaca-se a redução de barreiras tarifárias, indicador que o país ocupa a 65ª posição no ranking. Além disso, é fundamental estimular a diversificação da pauta exportadora, com foco em produtos e serviços de maior valor agregado, para superar a dependência de commodities. Outro ponto importante é a expansão e aprofundamento de acordos comerciais bilaterais e multilaterais, visando ampliar o acesso a mercados estratégicos. Por fim, é essencial investir e modernizar a infraestrutura de comércio exterior, principalmente portos, com melhorias em tecnologia, logística e eficiência.
Atenção 5: Ambiente regulatório
O ambiente regulatório brasileiro ainda é complexo e pouco eficiente, representando uma barreira significativa ao desenvolvimento econômico e à competitividade. O Brasil ocupa a 68ª posição em “Protecionismo” e a 67ª em “Finanças públicas”, refletindo um cenário marcado por alta carga tributária, barreiras comerciais, burocracia excessiva e incerteza fiscal. Esses fatores acabam afastando investidores, elevando o custo de fazer negócios e desestimulando a inovação.
Em contrapartida, a Suíça, líder do ranking em “Eficiência Governamental”, é amplamente reconhecida pela previsibilidade e confiança das suas instituições públicas, garantindo um ambiente estável, transparente e favorável aos negócios. O país adota uma política fiscal responsável, com equilíbrio orçamentário e controle rigoroso dos gastos públicos, mantendo as finanças públicas sustentáveis e confiáveis. Além disso, investe fortemente na simplificação e digitalização dos serviços públicos, facilitando a abertura de empresas por reduzir a burocracia e os custos operacionais. A Suíça também implementa políticas comerciais abertas, com tarifas reduzidas, favorecendo a competividade e atratividade internacional.
Nesse sentido, o Brasil precisa simplificar e digitalizar seus processos regulatórios, com objetivo de diminuir entraves burocráticos e atrair investimentos. Além disso, é essencial adotar medidas de maior responsabilidade fiscal, com mais transparência e controle de despesas, garantindo sustentabilidade das contas públicas a longo prazo. Essas ações podem fortalecer a confiança nas instituições brasileiras, atrair investimentos e ampliar a competitividade do país no cenário internacional.
Considerações finais
O Ranking Mundial de Competitividade do IMD é um importante direcionador de políticas públicas e estratégias corporativas. É importante destacar que o topo continua sendo dominado por países com sistemas altamente eficientes e inovadores, como Suíça, Singapura e Hong Kong. Além disso, esses países adotam estratégias de longo prazo, envolvendo investimentos constantes em educação de qualidade, inovação tecnológica, políticas eficientes e ambientes favoráveis ao desenvolvimento de negócios.
O avanço do Brasil para a 58ª posição em 2025 representa um momento estratégico para refletir sobre as oportunidades e obstáculos do país no cenário internacional. O país ainda enfrenta desafios estruturais significativos que precisam ser superados para garantir um desenvolvimento sustentável e competitivo no cenário global. Nesse sentido, o Brasil deve seguir os exemplos dos países líderes por meio de ações e políticas públicas coordenadas e eficazes para consolidar uma base robusta que permita uma competitividade duradoura.
Dessa forma, o futuro da competitividade brasileira depende da capacidade de enfrentar questões estruturais, como o custo elevado de capital, limitações educacionais, baixa qualificação da mão de obra e insuficiente abertura econômica, enquanto fortalece seus pontos fortes.
ENTENDA MAIS SOBRE O RANKING MUNDIAL DE COMPETITIVIDADE
O Ranking está na 37ª edição. Em 2025, foram 69 países analisados. Ele permite analisar e comparar esforços de competitividade entre os países, orientando tanto governos quanto empresas para identificarem áreas estratégicas para concentrar seus recursos e implementar melhores práticas visando aprimorar sua posição competitiva.
Metodologia
A avaliação da competitividade tem como base 4 fatores: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura. Cada fator possui 5 subfatores que são avaliados a partir de indicadores específicos.
Ao todo são 336 indicadores que estão distribuídos entre os subfatores e são mensurados a partir da coleta de dados estatísticos em fontes nacionais e internacionais e de uma survey de pesquisa de opinião com executivos e especialistas. No Brasil, a pesquisa de opinião está sob a responsabilidade do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC), que obteve respostas de mais de 100 executivos brasileiros de diferentes setores, regiões e portes de empresas, com o intuito de obter uma representação geral do país.
Desse total, 164 indicadores foram mensurados a partir de dados estatísticos e 92 indicadores foram mensurados a partir da survey com executivos. A nota de cada subfator é formada pela análise agregada dos resultados dos respectivos indicadores, considerando um peso de 2/3 dos indicadores de dados estatísticos e 1/3 dos indicadores da pesquisa de opinião. Além disso, alguns indicadores são apenas para contextualização, por exemplo população, não sendo utilizados para o cálculo
É importante ressaltar que, os subfatores não possuem a mesma quantidade de indicadores, uma vez que, subfatores podem demandar uma quantidade de indicadores diferente para acessar o resultado. A partir dos resultados dos subfatores é calculado o resultado dos fatores e do ranking geral, considerando subfatores com pesos iguais.
O que é Competitividade?
A competitividade de uma economia não se resume apenas ao PIB e à produtividade, visto que as empresas também têm que lidar com aspectos políticos, sociais e culturais. Nesse sentido, os governos devem fornecer um ambiente favorável ao desenvolvimento e crescimento de negócios, com infraestruturas, instituições e políticas adequadas e eficientes que incentivem as empresas. Nesse sentido, a avaliação da competitividade tem como base 4 fatores principais que se desdobram em subfatores conforme descritos a seguir:
Fator 1: performance econômica. Avaliação macroeconômica da economia doméstica
o Economia doméstica
o Comércio internacional
o Investimento internacional
o Emprego
o Preços
Fator 2: eficiência governamental. Grau em que as políticas governamentais são favoráveis à competitividade
o Finanças públicas
o Política fiscal
o Estrutura institucional
o Legislação empresarial
o Estrutura social
Fator 3: eficiência empresarial. Grau em que as empresas estão atuando de maneira inovadora, lucrativa e responsável
o Produtividade e Eficiência
o Mercado de trabalho
o Finanças
o Práticas de gestão
o Atitudes e Valores
Fator 4: infraestrutura. Grau em que os recursos básicos, tecnológicos, científicos e humanos atendem às necessidades das empresas. Esse fator considera os seguintes subfatores
o Infraestrutura básica
o Infraestrutura tecnológica
o Infraestrutura científica
o Saúde e meio ambiente
o Educação
Pesquisadores responsáveis pela Ranking no Brasil
Hugo Tadeu – Diretor do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais Pós-doutor pela Sauder School of Business, Canadá
Jersone Tasso – Professor associado do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais Pós-doutor pela University of Texas at El Paso, EUA
Bruna Diniz – Pesquisadora do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais Graduanda em Relações Internacionais pela PUC Minas
Kauã Kenner – Pesquisador do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais Graduando em Administração pela FDC.
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Fonte: TI INSIDE Online - Leia mais