Parece que as chances de a Via Láctea e a galáxia Andrômeda colidirem em 4,5 bilhões de anos são bem menores do que se pensava. Após análises de dados do telescópio Hubble e do satélite Gaia, cientistas liderados por Till Sawala, astrônomo da Universidade de Helsinki, descobriram que há apenas 50% de chances do encontro acontecer nos próximos 10 bilhões de anos.
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Foi em 1912 que os astrônomos perceberam que a galáxia de Andrômeda estava se movendo em nossa direção. Um século depois, dados do movimento da galáxia obtidos pelo telescópio Hubble mostraram que, de fato, era praticamente certo que o choque fosse acontecer em bilhões de anos. O processo causaria uma verdadeira explosão de formação de estrelas, supernovas e talvez mudasse a órbita do nosso Sol.

Mas talvez este não seja o caso.
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Com observações do Hubble e Gaia, pesquisadores analisaram novamente a previsão da colisão e descobriram que, na verdade, ela é bem menos inevitável do que parecia ser: através de simulações realizadas com os dados observacionais mais recentes, Sawala e seus colegas concluíram que a chance do impacto é de apenas 50%.
Por outro lado, ele reforçou que é difícil prever com precisão o futuro das interações entre as galáxias, ou seja, o destino da Via Láctea pode muito bem ser outro. “Mesmo usando os dados observacionais mais recentes e precisos disponíveis, o futuro do Grupo Local e de suas várias dezenas de galáxias é incerto. Curiosamente, encontramos uma probabilidade quase igual para o cenário de fusão amplamente divulgado ou, ao contrário, um cenário alternativo em que a Via Láctea e Andrômeda sobrevivem ilesas”, observou.
Além disso, os novos resultados indicam apenas 2% de chance de uma colisão direta entre as galáxias em um futuro de 4 a 5 bilhões de anos. Se tudo isso soa alarmante, fique tranquilo. “Considerando que o aquecimento do Sol tornará a Terra inabitável em cerca de 1 bilhão de anos e que o próprio Sol provavelmente se extinguirá em 5 bilhões de anos, uma colisão com Andrômeda é a menor de nossas preocupações cósmicas”, concluiu a Agência Espacial Europeia em comunicado.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.
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Fonte: Canaltech - Leia mais