O Brasil se tornou líder regional tanto em investimentos de cibersegurança quanto no volume de ataques digitais que enfrenta, sendo o principal alvo dos cibercriminosos na América Latina e chegando a 68% de todos os incidentes reportados na região em 2023.
Essa situação crítica tem catalisado as empresas brasileiras a alocar recursos recordes para proteger seus sistemas: o mercado local de soluções de cibersegurança já supera os US$ 3,3 bilhões em valor e as projeções indicam que continuará crescendo a uma taxa composta anual de cerca de 10% nos próximos cinco anos, chegando a cerca de 5,5 bilhões de dólares até 2029.
Esse crescimento sustentado responde aos esforços das empresas para blindar suas infraestruturas digitais contra ameaças cada vez mais sofisticadas e cumprir novas regulamentações de proteção de dados. A transformação digital também alimenta o impulso nos investimentos: à medida que mais operações empresariais migram para plataformas online e ambientes de computação em nuvem, torna-se mais urgente ter defesas cibernéticas robustas para evitar interrupções na atividade.
Fortalecer a proteção digital não busca apenas afastar os atacantes, mas também proteger a continuidade operacional e a eficiência interna das organizações em um ambiente cada vez mais interconectado, onde um incidente de segurança pode gerar horas de inatividade, interrupções na cadeia de suprimentos e perdas operacionais significativas. Notavelmente, nos últimos anos, houve tentativas massivas de violação; somente em 2022, o Brasil testemunhou aproximadamente 103 bilhões de tentativas de ciberataque em diversos setores, uma escala que destaca a magnitude do risco. Cada incidente evitado representa horas de operação salvas e dados protegidos que poderiam ter sido perdidos.
“Cada real investido em cibersegurança se traduz em horas de operação ganhas ao evitar interrupções. Ao fortalecer suas defesas digitais, as empresas brasileiras não apenas protegem seus dados sensíveis, mas também garantem a continuidade de seus processos. Isso resulta diretamente em um melhor desempenho operacional e na confiança dos clientes”, afirma João Marinho, Diretor Regional da Teramind no Brasil, plataforma de análise de comportamento de usuários que ajuda as empresas a detectar ameaças internas, prevenir a perda de dados e aumentar a produtividade por meio do monitoramento de atividades, automação e análise de comportamentos.
Ataques graves, como ransomware, paralisam a produção, o que resulta em vendas perdidas e custos adicionais. “Em 2024, grandes corporações latino-americanas investiram cerca de U$S 1,8 milhão na recuperação de 12 incidentes de cibersegurança. Esse alto investimento em danos poderia ter sido direcionado a outras áreas estratégicas da empresa. Além disso, a produtividade não deve ser vista apenas como uma consequência de crimes cibernéticos, mas como um fator essencial para prevenir a perda de dados — já que o monitoramento da produtividade pode revelar comportamentos de risco que ameaçam a segurança da organização”, explica o executivo.
Analistas projetam que os gastos empresariais com segurança continuarão crescendo junto com a transformação digital do país. Até o final da década, o Brasil terá um dos setores de cibersegurança mais robustos da região, sustentado por essa taxa de crescimento anual de perto de 10%. Essa expansão sustentada criará um círculo virtuoso: quanto maior o investimento em proteção, menor o impacto dos ataques e maior a estabilidade operacional, o que, por sua vez, melhora os resultados. As empresas que adotarem essa abordagem dual — proteger e produzir simultaneamente — estarão melhor posicionadas na economia brasileira do futuro.
“A cibersegurança já não é mais vista como uma despesa isolada, mas sim como um investimento estratégico para garantir a continuidade dos negócios, junto a questões relacionadas com produtividade. A tendência no Brasil indica que essa visão integrada de segurança e produtividade ganhará mais força nos próximos anos, com as empresas aumentando seus orçamentos de TI dedicados à cibersegurança por entenderem que prevenir é muito mais rentável do que remediar”, completa Marinho.
Fonte: TI INSIDE Online - Leia mais