A Inteligência Artificial ganhou um novo protagonista em 2025: a startup chinesa DeepSeek, que vem ganhando destaque global com seu modelo de IA open source acessível, personalizável e até 90% mais barato do que as soluções oferecidas por gigantes como OpenAI e Google.
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Para entender o impacto dessa tecnologia no cenário brasileiro e mundial, o Podcast do Canaltech conversou com Thelma Valverde, CEO da Emiolo, startup especializada em soluções inteligentes para grandes corporações. Thelma analisou como a ascensão da DeepSeek pode transformar o uso da IA, destacando oportunidades, riscos e desafios.
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O que é a DeepSeek e por que chama a atenção?
O DeepSeek é um modelo de Inteligência Artificial de código aberto que permite que empresas e desenvolvedores acessem e personalizem a tecnologia com liberdade e o melhor: com custo muito inferior ao dos concorrentes ocidentais.
Enquanto modelos como GPT-4 ou Gemini chegam a custar até US$ 500 milhões, o da DeepSeek foi desenvolvido com apenas US$ 6 milhões.
Segundo Thelma, o grande diferencial está na democratização do acesso à IA. “É um modelo onde conseguimos não só usar de forma gratuita, mas também adaptá-lo às nossas necessidades. A comunidade técnica colabora, melhora, testa e amplia o modelo constantemente”, explicou.
O avanço chinês e a nova geopolítica da tecnologia
A CEO da Emiolo destaca que o sucesso da DeepSeek simboliza uma descentralização da inovação, antes dominada por grandes empresas do Vale do Silício.
“A China está se consolidando como uma potência tecnológica. Já vimos isso com TikTok, com os carros elétricos, e agora com IA. A DeepSeek mostra que inovação de ponta pode vir de qualquer lugar e pode ser mais acessível”, afirma.
Essa movimentação muda o eixo da corrida global pela Inteligência Artificial, obrigando países e empresas a repensarem suas estratégias tecnológicas e suas parcerias internacionais.
E o Brasil? Como estamos nessa corrida?
Thelma revela que grandes empresas brasileiras já estão explorando o uso de IA open source como a DeepSeek.“Existe uma corrida contra o tempo. As corporações querem adotar IA, mas também se preocupam com segurança, estrutura de dados e preparo interno”, destaca.
A adoção, no entanto, enfrenta desafios. Além da questão da infraestrutura tecnológica defasada, o país ainda lida com a falta de mão de obra capacitada e baixo investimento estratégico em inovação.
Open source X modelos proprietários
Na prática, a principal diferença entre usar uma IA open source como a DeepSeek e uma IA proprietária (como GPT ou Bard) está em dois pontos: flexibilidade e segurança.
“As open source oferecem liberdade de customização e baixo custo, mas exigem cuidado redobrado com segurança cibernética e adequação à LGPD”, explica Thelma. Já as soluções fechadas são mais seguras e “prontas para uso”, mas custam caro e oferecem menos margem de personalização.
O futuro da IA no Brasil: três desafios urgentes
Para que o Brasil acompanhe a revolução da Inteligência Artificial de forma ética, segura e inclusiva, Thelma destaca três pilares essenciais:
- Modernização da infraestrutura de dados e sistemas
- Capacitação técnica dos profissionais que operam e implementam IA
- Investimentos inteligentes e alinhados com a realidade de cada empresa
“Não adianta adotar IA sem ter base para isso. Precisamos investir onde realmente importa”, alerta. Ou seja, a ascensão da DeepSeek mostra que a inteligência artificial pode ser mais acessível, colaborativa e eficaz. Para o Brasil, o momento é de agir com estratégia: investir, capacitar e modernizar. Só assim será possível transformar a IA em aliada do desenvolvimento e não em mais uma barreira tecnológica.
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Fonte: Canaltech - Leia mais