Os grandes dinossauros de pescoço longo, classificados como saurópodes, são representados há muito tempo na cultura pop como tendo sido herbívoros. Havia muitos sinais de uma dieta exclusivamente de plantas, como a dificuldade de perseguir presas com o corpo pesado e os dentes contundentes. Não havia, no entanto, uma prova concreta de sua alimentação verde — até agora.
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Cientistas da Universidade de Curtin, na Austrália, encontraram o conteúdo petrificado do estômago de um saurópode, item conhecido como colólito. É a primeira vez que restos do tipo são achados para esse grupo de dinossauros. O trabalho com o fóssil foi feito em colaboração com o Museu da Era Australiana dos Dinossauros em Corfield, com publicação na revista científica Current Biology na última segunda-feira (9).
O que comiam os saurópodes
O fóssil foi encontrado na Formação Winton, na cidade de Queensland, Austrália, em 2017, durante a escavação de um Diamantinasaurus matildae juvenil com 10 m de comprimento. O animal foi chamado de Judy em homenagem a Judy Elliot, co-fundadora do museu. Demorou, no entanto, para confirmar a natureza do achado, que consiste em plantas fossilizadas vistas perto da pelve do dinossauro.
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Foi necessário garantir que não eram restos de planta que chegaram até o corpo durante um deslizamento, por exemplo. Já que não há sinais de outras plantas na região e uma camada de pele fossilizada foi encontrada junto à pelve, confirmou-se que o fóssil era, realmente, o conteúdo estomacal de Judy. Biomarcadores indicaram que os restos vinham de diversas famílias botânicas diferentes, desde folhas de grandes coníferas a recém-evoluídas plantas com flores, ainda rasteiras.
Como as folhas estavam praticamente intactas, descobriu-se que os saurópodes não mastigavam, engolindo as folhas inteiras — as bactérias do estômago fariam o trabalho, que levava até duas semanas para finalmente excretar os restos. Isso também mostra que os animais tinham uma dieta variada, algo necessário para seu tamanho. Não havia como se dar ao luxo de uma dieta seletiva quando é preciso comer tanto para manter o tamanho.
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