Um grande exoplaneta foi encontrado orbitando TOI-6894, uma estrela que tem apenas 20% do tamanho do Sol — o que é surpreendente, já que os astrônomos pensavam que estrelas pequenas assim não poderiam produzir mundos tão grandes. Mesmo assim, TOI-6894 é orbitada por um gigante gasoso com tamanho comparável ao de Saturno.
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As observações sugerem que a estrela tem diâmetro de aproximadamente 320 mil km, e o planeta, de 120 mil km. Ele parece ter apenas 17% da massa de Júpiter, o que sugere que sua atmosfera é leve — e os cientistas podem aproveitar a luz da estrela para estudar sua composição.

“Fiquei muito animado com essa descoberta”, comentou o astrofísico Edward Bryant, da Universidade de Warwick, que liderou a equipe. “Não esperávamos que planetas como o TOI-6894b pudessem se formar em torno de estrelas de massa tão baixa. Essa descoberta será uma pedra angular para a compreensão dos extremos da formação de planetas gigantes”, acrescentou.
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As estrelas são formadas quando aglomerados de matéria de nuvens de gás e poeira colapsam devido à gravidade. Repleta de poeira, a matéria que sobra ali vai se agrupando e, de pouco a pouco, forma planetas que acabam orbitando o astro. É aqui que está um mistério: os cientistas acreditavam que a quantidade de matéria no disco é proporcional à massa da estrela, ou seja, estrelas pequenas (como as anãs vermelhas) não teriam matéria suficiente para formar algum mundo.
Apesar disso, estes sistemas “impossíveis” são encontrados de tempos em tempos, mostrando que o processo não é tão incomum assim. Para investigar a questão, Bryant e seus colegas analisaram os dados do telescópio TESS, da NASA, em busca de planetas gigantes. Depois, as observações do Very Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul, revelaram o TOI-6894b.
Vincent Van Eylen, astrofísico da Universidade College London, ficou intrigado pela descoberta e pelas possibilidades que oferece. “Esse é um dos objetivos da busca por mais exoplanetas. Ao encontrar sistemas planetários diferentes do nosso Sistema Solar, podemos testar nossos modelos e entender melhor como nosso próprio Sistema Solar se formou”, finalizou.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.
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Fonte: Canaltech - Leia mais