O “AI Mode” (“Modo de IA”, em tradução livre) foi lançado no mês passado para usuários do Google nos Estados Unidos e muda completamente a experiência de busca na plataforma. A empresa considera uma prioridade trazer o recurso para o Brasil, mas reforça que é necessário atingir padrões de qualidade antes de liberá-lo por aqui.
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“Já estamos trabalhando para garantir que a qualidade do AI Mode em português seja boa o suficiente para habilitar o lançamento aqui no Brasil”, comentou o Vice-presidente Global de Engenharia da Busca do Google, Bruno Pôssas, em conversa com jornalistas durante o evento Google For Brasil, realizado em São Paulo no último dia 10.
O AI Mode substitui a pesquisa padrão e cria um espaço personalizado para trazer as principais informações sobre o tema com ajuda de IA — é possível ver resumos e interagir para pedir mais informações. O recurso cria textos e usa sites de referência, mas foge do padrão do buscador de listar os principais links relacionados ao tema.
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O recurso foi lançado nos EUA em março deste ano, limitado a um grupo de testadores, mas a empresa liberou a função para todos os residentes no país norte-americano em maio, durante a conferência Google I/O. A companhia reforça que nem todas as buscas são compatíveis com o modo.

Brasil é prioridade
Bruno Pôssas ressaltou que o Brasil é um dos mercados prioritários do Google para novos lançamentos e a população tem grande adesão aos AI Overviews — recurso que cria resumos feitos por IA para algumas pesquisas. Esses fatores podem impulsionar a chegada do novo modo por aqui.
“Os brasileiros estão sempre muito abertos a testar tecnologias. Essa combinação de ser um mercado prioritário, ter um trabalho de qualidade para garantir que as respostas são boas o suficiente e a adoção que os brasileiros normalmente têm para esse tipo de produto vão acelerar a vinda do AI Mode para o Brasil”, destacou.
Por outro lado, Pôssas adota cautela e evita determinar uma data para o lançamento. O executivo reforça que a versão em português precisa passar por diversos testes e trabalhos de qualidade antes de chegar aos brasileiros. “Isso é prioridade para a empresa e nós vamos trazer essa função o quanto antes para o nosso país”, reforçou.
Impacto em sites que dependem da busca
A possível chegada do recurso já pode acender um alerta para sites e veículos que usam o Google como uma fonte de tráfego. A presença dos resumos de IA já tem um impacto nesse cenário, ainda que o Google reforce que os links destacados nos textos recebam “cliques mais qualificados”.
A nova realidade impulsionada por IA generativa pode influenciar as práticas de Search Engine Optimization (SEO), conjunto de diretrizes voltadas para melhorar a posição de um site em ferramentas de busca.
Perguntado sobre o tema, Pôssas ressaltou que nem todas as buscas são acompanhadas de um resumo de IA e ainda faz sentido seguir as diretrizes de conteúdo.
“O mundo é um pouco diferente, mas todas as recomendações ainda valem. A mais importante é criar um conteúdo relevante, interessante e que esteja interessando uma necessidade de informação direta de alguns dos nossos usuários”, afirmou.
Outra mudança causada pela IA está no formato das buscas: o Google registrou um aumento de mais de 20 bilhões de pesquisas visuais no ano passado, impulsionado pelo Google Lens e pelo recurso Circule para Pesquisar nos celulares.
Dessa forma, sites também podem considerar a otimização de imagens e outros formatos de mídia. O Vice-presidente Global de Engenharia da Busca do Google destacou que os modelos de IA usados nos resumos conseguem extrair dados de imagens, vídeos e até podcasts.
“Esses modelos de IA vão aprender quando usar um determinado formato para fazer com que o usuário consiga absorver o máximo daquela informação. Então minha sugestão é que a forma de publicar conteúdo deve evoluir, abraçar vários formatos diferentes. Acho que esse é o futuro: pode trabalhar com formatos diferentes que nossos modelos irão à busca e vão conseguir processá-los”, concluiu Bruno Pôssas.
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