A crescente conscientização sobre as mudanças climáticas, combinada com pressões econômicas e ambientais, demanda uma compreensão mais profunda das tendências emergentes no setor energético. Isto nos faz repensar sobre o futuro do planeta quanto consumidores de energia elétrica e, sobretudo, no que tange os desafios significativos em prol de uma matriz mais diversificada e eficiente.
As fontes renováveis, a exemplo da energia solar, tornam o Brasil um dos principais motores da transição energética. Segundo um levantamento do centro de estudos de energia Ember, fontes de energia limpa atenderam pela primeira vez mais de 40% da demanda global de eletricidade em um único ano. Este marco reforça o avanço expressivo desta energia renovável, cuja capacidade instalada dobrou nos últimos três anos.
Impulsionado por vários fatores, como a eletrificação da indústria e do transporte, expansão de data centers e aumento do uso de ar-condicionado, o consumo global de eletricidade deverá crescer por volta de 4% ao ano até 2027, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA). Ainda segundo o relatório, a expansão de fontes de baixa emissão, essencialmente renováveis e nucleares, será suficiente para atender esta demanda global. Já a energia solar fotovoltaica atenderá exclusivamente metade do incremento necessário no período.
Para a IEA, 85% do aumento expressivo na demanda provém dos mercados emergentes, como China, Índia e países do Sudeste Asiático. Apresentando tendências promissoras e crescimento acelerado, que inclusive deve permanecer até 2026, em resposta ao aumento populacional e à industrialização, as fontes renováveis reduzem o papel dos combustíveis fósseis no mix de fornecimento.
Posicionado como um líder na transição para uma matriz energética mais sustentável, o Brasil instalou mais de 9 gigawatts (GW) em novas usinas, sendo 8,87 gigawatts (GW) de energia renovável em outubro de 2024. Impulsionado por novas rotas e políticas públicas que incentivam o desenvolvimento do setor elétrico, o país investe cada vez mais em novas tecnologias, a exemplo do armazenamento de energia em baterias e capacitores de larga escala, visto que os eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, ainda impactam anualmente a capacidade de geração das hidrelétricas brasileiras.
Fato é que as energias renováveis quando combinadas com a integração da inteligência artificial, potencializam a gestão da matriz elétrica nacional, fornecendo uma solução eficaz e ambientalmente responsável. Em resumo, a IA possibilita que as diversas fontes de energia conversem entre si para otimizar ao máximo a utilização de cada uma delas. Isto resulta em preços mais competitivos e uma oferta de energia limpa confiável para geradores e clientes.
Portanto, fomentando mudanças essenciais no desenvolvimento de fontes eólicas e solares fotovoltaicas e, respectivamente, nos processos internos, a inteligência artificial auxiliará ainda mais na tomada de decisão do setor energético, seja nas etapas de geração, produção, armazenamento ou distribuição de energia. Por meio de algoritmos e análises em tempo real, a tecnologia tem ampliado as capacidades das energias renováveis para que se tornem a matriz energética do futuro, acelerando assim a transição energética.
Mikio Kawai Jr., CEO e fundador do Grupo Safira.
Fonte: TI INSIDE Online - Leia mais