A Mercedes-Benz Brasil conquistou uma economia estimada em R$ 11 milhões por ano ao transformar seu projeto de centralização de dados em um Data Lake House Enterprise, desenvolvido em parceria com a Aquarela Analytics. A estrutura integra sensores IoT do chão de fábrica, conecta múltiplos sistemas em tempo real e assume o papel de “coração” da operação industrial da montadora, elevando a agilidade e assertividade das decisões de negócios.
Inicialmente concebido para organizar dados da companhia, o projeto evoluiu para protagonizar a jornada de transformação digital da Mercedes-Benz Brasil. Com arquitetura inspirada na lógica de funcionamento de aeroportos — controlando o fluxo e a capacidade dos dados — o Data Lake House proporciona segurança, compliance com LGPD, dashboards sob demanda e autonomia total para a equipe interna operar e escalar novas aplicações.
“A visão era construir um sistema que funcionasse como um aeroporto: controlando o tipo de ‘aviões’ (dados) que pousam, o tamanho da pista (infraestrutura) e garantindo operação contínua”, explica Hugo Araújo, gerente de TI da Mercedes-Benz Brasil.
Essa metáfora norteou a criação de uma estrutura robusta, baseada em stack 100% open source e com governança compartilhada entre TI e áreas de negócio.
Independência tecnológica e ganhos operacionais
Antes da nova arquitetura, a Mercedes-Benz dependia de fornecedores externos até para operações simples, como a ingestão de novas tabelas de dados. Hoje, a própria equipe gerencia integrações, acessos e novos desenvolvimentos, respeitando todas as políticas corporativas.
“Nosso objetivo foi oferecer à Mercedes-Benz uma solução robusta, escalável e personalizada, que atendesse às suas necessidades específicas. Trazendo para a empresa a possibilidade de lançar, gerir e analisar seus dados internamente, em qualquer momento, a qualquer hora, bem como a habilitação para o uso de agentes de IA e fomento do ecossistema automotivo o qual a Mercedes-Benz é protagonista”, explica Marcos Santos, CEO da Aquarela Analytics.
Com autenticação via Active Directory e controle de acesso granular, o Data Lake permite que cientistas de dados e operadores de fábrica atuem de forma integrada, com segurança e agilidade. Sensores enviam informações em tempo real, relatórios sob demanda otimizam a gestão fabril e decisões críticas são tomadas com maior velocidade, aumentando a eficiência e a competitividade da operação.
Além disso, a estrutura foi desenhada para escalar globalmente, permitindo integração segura de novos parceiros especializados.
“Deixamos de ser uma área de apoio para nos tornarmos parceiros estratégicos do negócio”, destaca Hugo Araújo.
Investimento estratégico para a Indústria 4.0
Segundo Marcos Santos, CEO da Aquarela Analytics, a implantação representa um passo estratégico em direção à Indústria 4.0:
“Reduzir apenas 1% do tempo de parada de uma fábrica automotiva já gera economias superiores a R$ 11 milhões por ano. Mas o ganho vai além: estamos falando de aumento de eficiência, capacidade analítica e inovação contínua”, afirma.
De acordo com o executivo, o cálculo do retorno de investimento (ROI) nesse tipo de inovação pode ser desafiador, mas a lógica de ganhos é clara.
“Os dados globais indicam que uma parada em uma fábrica automotiva pode custar de 25 mil a 250 mil dólares por hora. Se considerarmos apenas o piso desse valor, uma hora parada custa cerca de 140 mil reais. Reduzindo 1% do tempo total de paradas, como o Data Lake House permite, já se projeta uma economia de 11 milhões de reais por ano — apenas considerando paradas não programadas. Além disso, há ganhos operacionais contínuos que podem elevar ainda mais esse número no médio e longo prazo”, explica.
Fonte: TI INSIDE Online - Leia mais