Em meio à rápida transformação digital do setor bancário, o SAS, referência global em análise de dados e inteligência artificial, traz um alerta: o futuro dos bancos será movido por inteligência – mas também será mais arriscado do que nunca. A constatação é de um novo estudo global conduzido pela Economist Impact e patrocinado pelo SAS, intitulado “Intelligent Banking: The Future Ahead”, que ouviu 1.700 executivos em seis continentes, incluindo 100 no Brasil.
O estudo destaca cinco estratégias essenciais para as instituições financeiras se manterem competitivas na próxima década. Entre elas, figuram uma governança robusta de dados e inteligência artificial, o fortalecimento da confiança do consumidor, inovação responsável, gestão de riscos e uso estratégico da IA generativa.
Segundo André Novo, country manager do SAS no Brasil, a transformação é inevitável — mas deve vir acompanhada de responsabilidade. “Acreditamos que a IA tem o poder de transformar o setor financeiro, mas, para isso, é fundamental que as instituições abordem essa tecnologia de forma responsável, ética e estratégica”, afirma. “Nosso objetivo é mostrar como o SAS pode ajudar os bancos a navegar pelas complexidades da inovação, ao mesmo tempo que aproveitam todo o potencial da tecnologia.”
Riscos e oportunidades da IA no setor financeiro
A pesquisa revela que 80% dos executivos consideram a IA generativa como uma das tecnologias mais disruptivas da próxima década. No entanto, sua adoção não vem sem desafios: riscos operacionais (57%), de compliance (48%) e de governança (47%) foram os mais citados. “As mesmas tecnologias que empoderam os bancos também empoderam os fraudadores”, observa Novo.
De fato, o combate à fraude é uma das maiores preocupações apontadas. O estudo mostra que 38% dos entrevistados veem a IA como a principal aliada na detecção e prevenção de fraudes. Ainda assim, a tecnologia também é citada como a segunda mais cara, atrás apenas do blockchain.
André Novo destaca que, no enfrentamento da fraude, o jogo está cada vez mais nivelado. “Os fraudadores usam as mesmas ferramentas que os bancos. Com a IA generativa, já é possível simular até reconhecimento facial. Por isso, os bancos precisam se antecipar e utilizar a inteligência artificial não apenas de forma reativa, mas preditiva”, afirma.
Combate à fraude: da regra estática à detecção de anomalias
Segundo Novo, as estratégias de combate à fraude evoluíram significativamente. “Antigamente, usava-se um modelo baseado em regras fixas. Hoje, adotamos a detecção de anomalias, que analisa comportamentos fora do padrão e age antes que a fraude se consolide”, explica. “Por exemplo, a velocidade de digitação pode indicar se é uma pessoa real ou um bot operando.”
A solução antifraude do SAS utiliza modelos estatísticos e algoritmos de machine learning para identificar o menor desvio de comportamento. “Se um cliente faz uma transação que foge completamente de seu padrão histórico, isso já acende um alerta. Muitas vezes, é isso que gera aquela ligação do banco perguntando se a transação foi mesmo realizada pelo cliente”, detalha o executivo.
Essa abordagem mais sofisticada, que o SAS chama de “decisão corporativa inteligente”, permite integrar diversos modelos de IA em tempo real para prevenir fraudes, avaliar riscos e melhorar a experiência do cliente. “Trabalhamos com uma escoragem contínua de comportamento. Isso vale para fraude, análise de crédito, ofertas personalizadas e outras. O conceito de enterprise decisioning é isso: decisões precisas e rápidas em escala.”
Segurança versus conveniência: um dilema do consumidor
Apesar da sofisticação das ferramentas, Novo reconhece que há uma resistência natural do consumidor à adoção de métodos de segurança mais rigorosos. “Verificação em duas etapas, biometria avançada – tudo isso é mais seguro, mas muitos usuários preferem o caminho mais fácil”, observa. Ele cita o reconhecimento facial como exemplo: “No Brasil, vulgarizamos essa tecnologia. Ela virou comum em prédios comerciais, sem a devida proteção exigida pela LGPD.”
Segundo ele, o reconhecimento de íris, por exemplo, seria uma alternativa mais segura, mas com menor adesão. “A decisão entre segurança e conveniência ainda é um desafio cultural que o setor precisa ajudar a resolver com educação.”
A busca pelo ROI da IA
Por fim, Novo aponta que, embora a IA esteja sendo amplamente adotada, ainda há uma lacuna entre expectativa e retorno. “Os bancos estão buscando casos de uso que tragam ROI mais claro. Afinal, investir em IA não é barato. O que vemos nos nossos clientes é uma procura por aplicações com resultados tangíveis para justificar o investimento”, diz.
O SAS apresentou no FebrabanTech, que termina nesta quinata-feira,12, em São Paulo, soluções voltadas para prevenção à lavagem de dinheiro, gestão de riscos, hiperpersonalização da experiência do cliente e combate à fraude — todas impulsionadas por dados e inteligência artificial. “A próxima década será decisiva, e quem estiver preparado para inovar com responsabilidade terá a vantagem”, conclui.
Fonte: TI INSIDE Online - Leia mais