Quando falamos de PC, existem diferentes tipos de gargalo, que é uma limitação de uma peça específica envolvendo outros componentes. Um deles acontece com a placa de vídeo e esse, inclusive, é mais difícil de ser encontrado por ser mais sutil. Nenhum gargalo é bom, já que o desempenho é limitado, por isso o Canaltech te ajuda a entender o que é esse problema.
A placa de vídeo é o principal componente em um PC para jogos. Mesmo que todo o conjunto de hardware trabalhe junto, é o chip gráfico quem fica com a principal responsabilidade na hora de rodar um game. Ou seja, esse é um componente que não pode sofrer com gargalo.
O que é o gargalo de GPU?
O gargalo em PC acontece quando um componente limita o outro. Essa limitação se dá por conta dos diferentes níveis das peças. Uma máquina high-end com um AMD Ryzen 9 e GeForce RTX 5080 para jogos, não pode ser equipada com um HDD mecânico. Ou uma RTX 5090 não pode estar no mesmo PC que um Intel Core i3, por exemplo.
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Em relação à placa de vídeo, quando envolve gargalo, significa que esse componente não está operando em sua capacidade máxima. Como estamos falando da principal peça para jogos, isso se traduz em perda de desempenho. Dependendo do cenário, como maiores resoluções e preset gráficos mais altos, a situação piora.

Quando o gargalo de GPU acontece?
O maior causador de gargalo em GPU é o processador. É ele quem manda os comandos para a placa de vídeo. Isso é chamado de “draw call” e é o processo em que a CPU envia os comandos para a GPU começar a trabalhar.
Ou ainda como um operário super veloz, que é a GPU, mas que depende das peças que estão demorando a chegar para trabalhar, que são os comandos do processador. Essa demora na comunicação é o gargalo em si, fazendo com que a placa de vídeo não consiga dar seu melhor.
E se a CPU é fraca, e o jogo que está sendo rodado é CPU-bound, ou seja, exige mais desse componente do que o normal, aí é que a GPU ficará ainda mais ociosa. Quanto menor a resolução, maior é a carga para o processador, e quanto maior for essa resolução, mais a placa de vídeo é exigida. Além disso, existem algumas opções gráficas que exigem mais de um ou de outro componente.
Quantidade de NPCs ou tráfego em um jogo de mundo aberto, além de física avançada pesam mais na CPU. Já quase todo o restante das opções gráficas costumam pesar mais em placa de vídeo, aliviando o processador e diminuindo gargalo de GPU.
Existe ainda um cenário mais específico. O jogo pode simplesmente ser muito pesado para a sua placa de vídeo e ela não dá conta da exigência. É como pegar uma GPU de entrada como uma RTX 4060 e rodar Alan Wake no alto, mesmo em 1080p. Não será possível alcançar os 60 FPS.

Como identificar gargalo de GPU?
Existem diferentes formas de identificar o gargalo de GPU em jogos. Há diferentes ferramentas que nos ajudam nisso, mas é preciso saber interpretar os dados.
Sintomas
Desempenho com FPS abaixo do esperado, especialmente em resoluções mais baixas do que aquela GPU deveria entregar. Uso baixo da GPU, principalmente abaixo de 90%, e também quedas bruscas de FPS e engasgos (stuttering).
Ferramentas de monitoramento
Existem inúmeras opções de aplicações que monitoram o uso completo do hardware na hora do gameplay. Já listamos as principais delas e você pode escolher a que achar mais fácil de usar. Independentemente da escolha, essas ferramentas lhe mostrarão vários dados úteis para identificarmos o gargalo de GPU.
Interpretação dos dados
Instalado o aplicativo, é preciso entender o que as métricas dizem. Os dados sobre uso de GPU e CPU nos mostram se o gargalo acontece ou não. Se a placa de vídeo está operando abaixo dos 90% e o uso da CPU está muito alto, principalmente em jogos menos exigentes com processadores, temos o problema.
Ou ainda se o jogo é muito pesado para a GPU, como mencionado acima. Nesses casos, a placa de vídeo estará operando em seu máximo, com 99% ou 100% de uso, mas não entregará altas taxas de quadro. Isso tem a ver com a incapacidade do chip gráfico com o jogo em específico.
E quando a CPU é o gargalo?
Vimos que o gargalo de GPU, na maioria das vezes, é causado pelo processador. Já o gargalo de CPU acontece quando esse componente é muito fraco e está em um PC com uma placa de vídeo muito forte.
A GPU exige a atenção constante da CPU para poder trabalhar, que por sua vez precisa dar conta de suas própria tarefas nos games, empurrar a placa de vídeo e ainda lidar com outras tarefas que rodam em segundo plano no sistema operacional.

Como resolver ou minimizar o gargalo de GPU?
Melhorar o processador pode ser a saída se esse componente realmente estiver limitando a GPU. E dependendo do nível, será preciso também trocar a placa-mãe e memória RAM, principalmente saindo de gerações mais antigas de CPU para as mais recentes.
Jogar em resoluções diferentes ajuda a minimizar em uma das pontas. Como estamos falando de gargalo de GPU, que geralmente é causado por CPU, aumentar a resolução alivia a carga no processador, caso a GPU seja capaz de lidar com mais carga de processamento. Talvez até um overclock no processador possa ajudar a amenizar esse problema.

Lembre-se ainda que existem diferentes configurações gráficas que exigem mais ou menos da CPU e GPU. Como mencionado antes, entender qual componente fica a cargo de cada efeito ajuda. Essa é uma tarefa um tanto complexa, mas muitos jogos atualmente já contam com descrições que nos ajudam nisso.
Outros fatores que podem piorar um gargalo
No começo deste artigo, falamos sobre gargalos de PC, que podem acontecer com literalmente todas as peças. Veja abaixo uma breve descrição das principais situações:
Memória RAM: a baixa capacidade ou ainda a velocidade baixa do componente, principalmente ao usar apenas um pente (single-channel), pode acabar afetando o desempenho da CPU. Quanto mais rápido é o módulo de memória, e fazer uso de dual-channel, melhor para o sistema como um todo.
VRAM da GPU: a pouca quantidade de memória de vídeo de uma GPU é fator que limita seu desempenho em jogos e pode causar um gargalo.
Armazenamento lento: o ideal é fugir de HDDs para instalar jogos mais pesados hoje em dia. A baixa velocidade de leitura e escrita de dados gera um gargalo significativo no PC, além de causar quedas de desempenho por conta disso. O ideal é ir de SSD, nem que seja os mais básicos no padrão SATA.

Superaquecimento: a falta de refrigeração adequada gera superaquecimento, que causa o thermal throttling. Com isso, o sistema diminui as frequências dos componentes, como CPU e GPU, causando perda de desempenho.
Falta de otimização: existem jogos que simplesmente não são bem otimizados e fazem mau uso dos componentes. Nesses casos, infelizmente, não tem o que fazer. E podemos estender isso também para os drivers, que podem ser lançados com bugs.
Conclusão
Entendemos aqui que o gargalo em um componente é sempre causado por outro ligado diretamente a ele, e que está em um outro nível de desempenho. Os sintomas sempre são a perda de desempenho, mais sentida dependendo da aplicação (como jogos), e que pode ser identificada através de programas de monitoramento de hardware.
É bem difícil ter um PC totalmente livre de gargalos. Todo componente foi projetado para ser usado em sua capacidade máxima, mas isso nem sempre é um bom indicativo quando falamos de gargalo. Como já abordamos aqui, uma CPU não deve estar em 100% em um jogo, principalmente quando a GPU está com o uso mais baixo, configurando um gargalo.
Porém é possível ter uma configuração equilibrada entre CPU, GPU, RAM, armazenamento e placa-mãe. Entender qual é o melhor combo até ajuda a ter um orçamento mais eficiente e evitar perdas, principalmente com a finalidade de uso bem definida.
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Fonte: Canaltech - Leia mais