Jessica Jones foi confirmada na segunda temporada de Demolidor: Renascido, com a atriz Krysten Ritter voltando a interpretá-la após três temporadas da série da personagem na Netflix e uma com o crossover dos Defensores (2017). Era um retorno muito esperado pelos fãs, porém ainda há lenha para queimar da super-heroína no Universo Cinematográfico Marvel (MCU)?
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Sumida tanto das adaptações live-action quanto das próprias HQs, a detetive pode representar em um investimento maior no conteúdo mais voltado ao público adulto nas séries da Disney+. Isso já é subentendido por Demolidor: Renascido, o prometido especial do Justiceiro e filmes como Deadpool & Wolverine (2024), mas o plano parece ser bem maior e a personagem pode ter um papel essencial dentro da estratégia da Marvel Studios.
Isso possivelmente impulsionará Jessica Jones para um futuro brilhante dentro do MCU, mesmo que seu tom não seja tão alegre e vibrante quanto o visto nas demais produções. Seja entre investigações ou interagindo com outros super-heróis, os passos são promissores e podem ajudar a conectar ainda mais o público ao universo de filmes e séries — só que de forma mais séria.
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Jessica Jones em Demolidor: Renascido
Foi confirmado pela Marvel Studios que Krysten Ritter retornará como Jessica Jones, participando da segunda temporada de Demolidor: Renascido. Não ficou claro se veremos apenas uma participação especial — como foi o caso do Justiceiro — ou se ela terá um papel mais efetivo dentro da trama.

A partir deste ponto, você verá spoilers de Demolidor: Renascido. Caso não tenha assistido toda a temporada ou queira evitar ver o final para maratonar, recomendamos que salve o link para ler depois.
A 1ª temporada de Demolidor: Renascido encerra de forma bem emblemática: colocando o super-herói novamente contra o Rei do Crime. Porém, agora que o vilão se tornou o prefeito de Nova York, ele tem ao seu lado todos os aparatos legais para se resguardar: como segurança da própria Polícia e exposição pública, além de todo o grupo criminoso que o apoia por trás das cortinas.
Usando destes artifícios, ele está caçando todos os super-heróis da cidade. Sua política é de que livrará Nova York dos mascarados e vigilantes — o que levou vários deles para prisões clandestinas. O Justiceiro, inclusive, parou em uma delas (não por muito tempo, obviamente).
Claro que o Demolidor não conseguirá vencer este desafio sozinho. Ele contará com o apoio de outros, o que inclui a super-heroína Jessica Jones nesta conta. Apesar de seu retorno confirmado, não foi revelado se outros heróis da Netflix voltarão a dar as caras como Mike Colter como Luke Cage, Finn Jones como Punhos de Ferro, Simone Missick como Misty Knight, Jessica Henwick como Colleen Wing e vários outros.
Ou seja, de todos, a única confirmação de retorno é de Jessica Jones. Talvez o Justiceiro também apareça, a depender do conteúdo que a Marvel desejará exibir no especial do personagem. Ainda que Matt Murdock esteja decidido a ir para uma guerra contra Wilson Fisk e precisa de um exército, a super-heroína é a única que foi revelada como parte desta linha de frente.
Recapitulando Jessica Jones
Nas adaptações live-action, Jessica Jones foi apresentada em sua própria série no ano de 2015 e mostrou seu embate contra o Homem-Púrpura (interpretado por David Tennant). Com o poder de controlar mentes, o vilão fez a heroína e diversas outras pessoas cometerem crimes, o que o favoreceu e permitiu a criação de um verdadeiro “império do terror”.

Sua história tratava de muitos temas sérios da sociedade, como abusos (físicos, mentais e sexuais), vícios, arrependimentos, auto aceitação entre vários outros dilemas que estão distantes do trio de ameaças “aliens-magia-robôs”. Ainda que fosse baseado no mesmo universo, estava longe demais do que os outros enfrentam nas demais séries e filmes do MCU.
Enquanto a primeira temporada da série da super-heroína focava muito nestes aspectos, as outras duas tiveram o destaque para outras frentes: como a transformação de aliados em vilões, forma como todas as ações que ocorreram entre as séries geraram consequências maiores e a integração maior com o que as produções da Netflix tinham a oferecer (como a presença de Luke Cage e outros personagens deste universo).
No entanto, ainda há muito a se explorar de Jessica Jones — principalmente agora, que a personagem será integrada ao MCU de forma mais digna. Ou seja, sua participação em Demolidor: Renascido pode ser apenas um pontapé para uma história ainda maior da heroína que chegará no futuro.
A história de Alias
Nas HQs, a personagem foi apresentada oficialmente em Alias (2001). A série teve 28 edições e mostrava como uma simples “figurante” se virava em sua própria aventura investigativa até se tornar uma das heroínas mais relevantes de toda a Marvel Comics.
E quando dizemos “figurante”, é porque ela já estava presente em algumas revistas no passado — todas em um papel minúsculo. Ela era uma amiga de escola de Peter Parker, por exemplo, como visto em Amazing Spider-Man #4 (1963). Caso tenha dúvida, ela era uma das jovens que via o combate entre o Homem-Aranha e o Homem-Areia.

Por mais que fizesse parte do selo “MAX”, Alias integrava diversas outras histórias de outros personagens. Durante os volumes, o público encontrava membros dos Vingadores, X-Men, super vilões e outras aparições que permitia que fosse explorado um lado obscuro das HQs de forma como outras ainda sequer tinham alcançado.
Para ter uma ideia, o primeiro problema que Jessica Jones investigou foi um caso amoroso secreto do Capitão América. Os Vingadores eram, no geral, o tema no qual a sua história girava em torno — com eles aparecendo tanto no presente quanto em flashbacks, como aqueles que mostram Jessica Jones como a heroína Jewel.
Isso sem contar com a sua relação com diversos outros personagens deste universo. Ela batia papo com Carol Danvers, já namorou Scott Lang (o Homem-Formiga), buscava pistas sobre intolerância mutante e trazia diversas respostas sérias para dilemas que existem hoje no MCU — e que são tocados de forma superficial, até pela duração dos filmes.
Levando em consideração que todas as propriedades da Marvel estão reunidas pela primeira vez em décadas, Jessica Jones voltar à ação é uma oportunidade que não se pode jogar fora. Temos os heróis urbanos e os Vingadores, além da chegada do Quarteto Fantástico e o surgimento dos mutantes batendo à porta. É a forma ideal para expandir algumas discussões que existem apenas na “ponta do iceberg”.

Isso serve também de forma contrária. Nas HQs, por exemplo, já vimos a Garota-Aranha caindo na armadilha de um traficante de drogas. Enquanto o Homem-Aranha e o Wolverine teriam sua própria forma de lidar com a situação, a super-heroína conseguia agir dentro da situação e tratar tudo devidamente — com seu próprio espaço e jeito.
Muito de Alias já foi adaptado pelas três temporadas de Jessica Jones na Netflix, mas nenhuma das histórias envolvia a presença de outros heróis e as suas investigações que estavam ligadas ao universo gigantesco da Marvel. E isto é algo que pode ser ampliado em Demolidor: Renascido e, quem sabe, em um possível retorno em mais uma temporada de sua série solo ou em algum especial.
Se o MCU está todo interconectado de alguma forma, já está na hora de mostrar a heroína em ação e com todo o potencial que sempre carregou nas HQs. Não apenas mostrando os problemas da sociedade, mas revelando a humanidade (seja positiva ou negativa) dos super-heróis — algo pouco explorado nas produções da Marvel Studios. Quem sabe algo grande está vindo por aí e estamos apenas assistindo na primeira fila?
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