Talvez o maior hype de nossa indústria, em toda a história, seja a GenAI. E, possivelmente, também seja o que se desenvolveu mais rápido – e não fracassou, como o metaverso, por exemplo. Há sinais claros de que estamos entrando numa fase nova na batalha de GenAI versus o mundo corporativo.
Nesta fase há desilusão. Há elementos novos, como o Agentic AI. Há notícias, todos os dias, de novos produtos e casos de sucesso, sendo a maioria surpreendente. Mas já há mais consciência do que GenAI significa, das limitações e dos desafios em nossas empresas.
Conversando com tantos profissionais de tecnologia e acompanhando dezenas de projetos em andamento ou entregues, recolhi alguns elementos naturais sobre este processo todo. Vamos recapitular.
- Não estávamos preparados para GenAI. E nunca estaríamos: somente a necessidade de se posicionar com esta tecnologia nos levou a arrumar a casa.
- Muito se fala sobre os desafios de GenAI associados a políticas incompletas em segurança e a baixa governança de dados. Mas há mais desafios aqui.
- Sem dúvida está claro agora que o maior desafio é nosso posicionamento em conseguir tratar de GenAI para ter impacto no negócio de nossas empresas. GenAI não muda TI. GenAI muda a empresa.
- Nunca foi tão importante ter uma abordagem com quick-wins. Tem de ser com impacto no negócio, rápido, fácil e com visibilidade.
- Não se deve tentar usar GenAI sem apoio especializado. Ainda estamos formando os primeiros profissionais de GenAI, claro, mas especialistas de dados, segurança e processos são fundamentais aqui.
- A competição dos provedores de GenAI acontece dentro da sua empresa. Todo mundo vai tentar te vender algo que promete muito, mas talvez não entregue. E pior, estão falando com as áreas de negócio sem você. Precisamos ter controle sobre isto.
- Planejamento, governança e controle. Mas tudo com agilidade. Não há tempo a perder, tem de ser hoje. O futuro é agora.
- Não acredite em infinitas possibilidades. Todos os usos de AI corporativo se encaixam em apenas três categorias. Entenda como cada uma implica no negócio de sua empresa e mapeie por onde vai seguir.
Sobre este último ponto, estas três categorias são:
- Produtividade e eficiência: aqui tratamos de soluções para melhorar o trabalho dos colaboradores de sua empresa ou da comunicação com seus clientes. São soluções generativas, com interface em chat, com foco e base de conhecimento específico de alguma área de negócio de sua empresa;
- Processos: otimização, automação e controle de fluxos em geral. São soluções com Machine Learning, RPA e GenAI. É bom ir se acostumando com AIops e outros termos novos neste sentido;
- Pesquisa e inovação: reconhecimento de padrões, identificação de correlações, classificação de dados complexos como vídeos, áudios, imagens e textos. Usa-se Machine Learning, algoritmos de reconhecimento de padrões e GenAI.
Dependendo da atividade econômica de sua empresa, uma categoria ou outra pode ser mais relevante, mas todas estão presentes. A mais óbvia e direta é a primeira, de produtividade individual. Mas também é a mais delicada, pois estamos tratando da comunicação com seres humanos, sejam clientes externos ou internos. Portanto, se é este seu quick-win, seja cauteloso. Ninguém mais aceita alucinações neste assunto, especialmente quando estamos falando de interação com seus clientes externos.
O item 2 é o qual já havia muita atividade antes de GenAI. Mas agora podemos atingir outro nível de qualidade, abstração e performance. Por outro lado, uma solução mal testada e mal implementada pode ter resultados em produção com alto impacto… negativo.
O item 3 é o menos explorado neste momento. Mas é a minha recomendação. Identifique que áreas e processos podem se beneficiar disto e siga firme. Áreas como jurídico, RH, marketing e financeiro são os ideais.
Tenha em mente que estamos todos aprendendo juntos, embora algumas experiências pregressas te ajudem aqui. E conte com especialistas multidisciplinares, claro.
Maurício Fernandes, CEO da Dedalus.
Fonte: TI INSIDE Online - Leia mais