As primeiras imagens obtidas pelo Observatório Vera C. Rubin, um dos telescópios mais poderosos já construídos, vão ser reveladas ao mundo em 23 de junho. O material é apenas um “gostinho” do que o observatório promete oferecer nos próximos 10 anos, conforme captura centenas de imagens do céu do hemisfério sul para criar o timelapse mais completo do universo.
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A revelação das imagens vai ser transmitida online com tradução em inglês e espanhol, e promete ser um evento único para os astrônomos. O motivo? O trabalho faz parte do levantamento LSST (sigla de “Legacy Survey of Space and Time”).

A ideia não é que o Rubin observe pequenas partes do céu, mas sim o céu inteiro durante algumas noites. Depois, os cientistas vão usar os dados obtidos para estudar — em tempo real, vale lembrar — as supernovas, asteroides, buracos negros e muito mais.
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Tudo isso vai ser possível graças a um dispositivo para lá de tecnológico: no coração do observatório, há uma câmera do tamanho de um carro pequeno, que pesa mais de três toneladas. Ela tem resolução de 3.200 megapixels, e suas imagens são tão detalhadas que, para exibi-las por inteiro, seriam necessárias centenas de TVs de alta definição.
Observatório Vera C. Rubin
Proposto em 2001, o observatório Vera C. Rubin começou a ser construído em 2015 em Carro Pachón, no Chile. Seu nome é uma homenagem à Dra. Vera Rubin, astrônoma norte-americana que descobriu a primeira evidência forte da matéria escura. Ela foi uma mulher que trabalhou em uma área dominada por homens, e por isso, lutou incansavelmente pela equidade na ciência.

Assim, o observatório vai investigar os mistérios da matéria escura; trata-se de uma forma de matéria que os cientistas não sabem exatamente do que é feita, mas sabem que é invisível e que compõe quase 27% do universo. O Vera C. Rubin também vai estudar a natureza da energia escura, a força misteriosa que impulsiona a expansão do universo.
Ainda, os instrumentos do novo observatório vão encontrar e monitorar milhões de asteroides e outros objetos próximos da Terra, bem como as estrelas e as mudanças no brilho delas. Finalmente, os astrônomos podem usá-lo também para estudar colisões de estrelas de nêutrons, objetos densos que, quando se chocam, emitem explosões luminosas e ondas gravitacionais.
Noelia Noël, professora da Escola de Matemática e Física na Universidade de Surrey, comentou em publicação no The Conversation:
“O que torna esse observatório particularmente empolgante não é apenas o que esperamos que ele encontre, mas o que ainda não podemos imaginar. Muitas descobertas astronômicas vieram do acaso: flashes estranhos no céu noturno e movimentos intrigantes de objetos. O fluxo de dados contínuo e robusto do Rubin pode revelar classes totalmente novas de objetos ou processos físicos desconhecidos”.
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Fonte: Canaltech - Leia mais