Enquanto algumas aves se destacam pela beleza, com formas e cores excêntricas, outras ganham a atenção da ciência por conta das habilidades cognitivas. É o caso do papagaio, que como você já deve imaginar, consegue reproduzir a fala humana. Mas, será que ele entende o que está dizendo ou é apenas um rei da imitação?
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Na natureza, os papagaios se comunicam com assobios, trinados e guinchos. Eles vivem em bandos e utilizam sons específicos para alertar sobre perigos, chamar companheiros ou localizar comida. Muitos usam chamados de contato únicos, semelhantes a nomes, para se referir uns aos outros (parecido com o que os golfinhos fazem).
Papagaios associam palavras a objetos
Porém, ao viverem com humanos, os papagaios passam a usar seus cérebros altamente desenvolvidos para aprender e reproduzir palavras humanas. De acordo com a pesquisadora Irene Pepperberg, da Universidade de Boston, papagaios conseguem associar palavras a objetos, ações e conceitos.
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Mesmo sem treinamento especializado, papagaios domésticos conseguem aprender palavras e associar a situações reais. Se um tutor repete muito o nome de um alimento e sempre oferece ele para o papagaio, com o tempo o animal aprenderá a usar essa palavra corretamente para pedir esse item, e pode até recusar outro alimento se não for o que pediu.
Compreensão contextual
Papagaios também demonstram compreensão contextual. Por exemplo: muitos aprendem a dizer “olá” quando alguém entra no ambiente e repetem a palavra corretamente em situações semelhantes. Isso mostra que, mesmo sem entender o significado mais profundo, eles conseguem usar a linguagem com base no reconhecimento de padrões sociais.
Já em relação a frases emocionais, como “sinto muito” ou “eu te amo”, o papagaio geralmente não compreende o significado abstrato, mas sim o efeito da frase no comportamento humano. Ou seja, diz “eu te amo” porque percebe que isso gera atenção e carinho, não necessariamente porque sentem amor, do jeito como conhecemos.
Inteligência dos papagaios
De acordo com a organização Bird Life, a proporção entre o tamanho do cérebro e o tamanho do corpo dos papagaios é semelhante à dos primatas, resultando em algumas espécies apresentando inteligência comparável à dos chimpanzés.
Eles defendem que cérebros maiores sejam responsáveis pela maior expectativa de vida dos papagaios, mas viver até uma idade mais avançada é o que proporciona tempo para desenvolver e adquirir essas habilidades complexas.
Mas, vale lembrar, nem todo papagaio aprende a falar.
Aqueles que vivem com outros da mesma espécie tendem a manter sua comunicação natural por assobios e trinados.
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